LV= está em negociações exclusivas com Bain Capital
A Royal London era apontada pela imprensa como parte interessada e envolvida nas negociações para uma fusão com a LV= que, em 2019, vendeu o controlo de negócio de seguros gerais à alemã Allianz.
O Conselho de Administração (CA) da Liverpool Victoria Financial Services Ltd, também conhecida no mercado segurador pela marca LV=, anunciou que está em negociações exclusivas para “potencial transação envolvendo a Bain Capital,” revelou a instituição numa breve nota ao mercado.
Reiterando ideia já formalizada em comunicado anterior, após a venda dos seguros gerais à Allianz (em maio de 2019), a instituição afirma que “o CA da LV= está empenhado em maximizar o valor de longo prazo da companhia em benefício dos seus membros, assegurando também que a entidade continuará a assegurar os melhores interesses dos seus associados,” concilia a administração da antigamente designada Liverpool Victoria Friendly Society.
As conversas entre a seguradora LV= e a Bain Capital, uma das gigantes norte-americanas de private equity (sociedade de capital privado dedicada a investimento), estão a decorrer e não existe certeza de que resultem em algum acordo de negócio, nem quanto aos termos em que a eventual transação se poderá realizar, conclui a informação à London Stock Exchange (LSE), a bolsa londrina.
O anúncio de negociações com a Bain Capital surge dias depois de especulações na imprensa britânica, adiantando que a LV= se encontrava a falar com interessados e que, além da Bain, a Royal London seria potencial candidata a uma fusão-aquisição com a LV=. No caso de hipotética combinação com a Royal London, a operação daria origem a uma mútua de seguros e pensões com cerca de 10 milhões de associados.
No arranque da última semana de setembro, a imprensa britânica especulava sobre a possível venda da LV=, também conhecida por Liverpool Victoria Financial Services, uma mútua histórica nascida em Liverpool e sediada em Londres desde 1930 e alicerces em seguros, planos de poupança e reforma.
As referências, pela cadeia Sky News e, separadamente, pelo jornal Financial Times (FT), adiantavam que as conversações para a possível venda da LV= estavam em curso e que o anúncio de uma operação estaria iminente. Enquanto a Sky identificava o grupo Royal London Mutual Insurance como potencial comprador, a notícia do FT referia que a entidade alvo mantinha negociações com várias partes interessadas, esperando-se que ao longo da semana a LV= assumiria, pelo menos, a existência desses contactos. A existência de contactos acabaria por se confirmar, a meio da semana, mas sem identificação dos pretendentes.
A meio de junho último, a LV= reagiu em comunicado a notícias no mesmo sentido. Nessa altura, a companhia já assumia que dispunha de várias opções estratégicas e não excluía a possibilidade de uma transação, mas nada estava decidido.
O grupo de natureza mutualista que, no início de 2020, alterou a forma jurídica para se constituir como sociedade mútua de responsabilidade limitada (Liverpool Victoria Financial Services Limited), vendeu a titularidade dos restantes 30% do negócio de seguros gerais à Allianz SE, em 2019. Antes desta operação a LV= geria uma carteira com mais de cinco milhões de clientes, dos quais 1,25 milhões são sócios da mutualidade e muitos têm direito a parte dos rendimentos da LV=. Por isso, seriam contemplados com o encaixe de uma eventual venda.
A LV=, cujas raízes históricas remontam ao mutualismo britânico do século XIX, registou lucro de 15 milhões de libras esterlinas (antes de impostos) em 2019, sobre receita de 1,8 mil milhões de libras e gerindo ativos estimados em 14 mil milhões de libras esterlinas (mais de 15 mil milhões de euros), após a venda dos seguros gerais.
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