BRANDS' ECO Sabia que a primeira vitória de Ayrton Senna teve potência Renault?

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  • 23 Outubro 2020

O Grande Prémio de Portugal ficou indelevelmente marcado na carreira do piloto brasileiro Ayrton Senna, mas foi a Renault que lhe permitiu alcançar o seu primeiro triunfo na Fórmula 1.

Em 1985 o brasileiro estava na sua segunda temporada na categoria máxima do desporto automóvel, depois de uma prometedora estreia na época anterior, em que quase vencera o Grande Prémio do Mónaco, afetado pela chuva, aos comandos de um humilde Toleman Hart, mostrando que teria um futuro auspicioso pela frente.

A jovem promessa impressionara e a Lotus não deixou escapar a oportunidade de contratar o piloto de vinte e cinco anos para a liderar em pista, depois de alguns anos difíceis, substituindo Nigel Mansell, que fora para a Williams.

A formação britânica fora uma das grandes forças da Fórmula 1, introduzindo novas tecnologias na categoria, mas desde a morte do seu fundador, Colin Chapman, em 1982, que vinha numa deriva negativa que, fora estancada em 1984 com um acordo com a Renault, que passaria a fornecer-lhe os seus potentes e eficazes V6 biturbo para animar os monolugares de Hethel.

A contratação do jovem brasileiro era a última peça para que a Lotus, liderada por Peter Warr, regressasse ao lugar a que estava habituada – a de lutar regularmente por vitórias.

Na primeira prova da temporada, o Grande Prémio do Brasil, Senna abandonava com problemas elétricos, mas o quarto lugar na qualificação a seis décimos de segundo da pole-position de Michele Alboreto, mostrava que havia potencial no binómio Lotus Renault pilotado pelo brasileiro.

O Grande Prémio de Portugal era o evento que se seguia na época, a 21 de abril sendo o Autódromo do Estoril o seu palco.

A qualificação seria o primeiro embate, mas os mais de 1300 cv debaixo do pé direito proporcionados pelo motor Renault davam a Senna a possibilidade de bater a concorrência, ainda que fosse obrigado a domar toda aquela potência desmesurada.

Ao longo da volta que lhe daria a primeira pole-position da sua carreira foram diversas as vezes que a traseira do seu Lotus parecia querer enviar o brasileiro para fora de pista, mas este susteve-a estoicamente, garantindo pela primeira vez o melhor lugar da grelha de partida para a corrida de domingo.

Mas o dia de corrida teria um novo desafio para Ayrton Senna e todo os seus adversários – o céu primaveril do Estoril desabara as águas mil de abril sobre o Autódromo, deixando a pista portuguesa completamente alagada.

A versão de corrida do V6 biturbo da Renault desenvolvia cerca de 800cv de potência, em vez dos 1300 das granadas de qualificação que tinham apenas de aguentar duas voltas no limite, mas ainda assim, eram muitos cavalos para uma pista tão difícil.

No entanto, dois fatores conjuraram para que Senna pudesse conquistar a primeira vitória da sua carreira na Fórmula 1 – o imenso talento do brasileiro e a capacidade técnica dos engenheiros da Renault.

Com a chuva que caía consistentemente sobre o circuito, os técnicos franceses afinaram o seu pequeno motor de 1500c.c. para privilegiar a capacidade de colocar a potência no chão, tornando-o mais dócil e menos bruto na entrega do binário, o que foi determinante para a eficácia do Lotus e não só.

Senna, com toda a sua mestria, fez o resto, pilotando como se a pista para si estivesse seca e para os outros continuasse molhada, domando o seu Lotus Renault em condições dantescas para conquistar a sua primeira vitória das 41 que conquistou na Fórmula 1.

Nos quatro primeiros lugares ficaram três carros animados por motores Renault – Patrick Tambay (Renault) em terceiro e Elio de Angelis (Lotus Renault) em quarto, para além do monolugar de Senna – mostrando o bom trabalho dos engenheiros franceses, mas no final foi o brasileiro que fez a diferença.

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