BRANDS' ECO Stairway to heaven da inovação

  • BRANDS' ECO
  • 30 Janeiro 2021

Em Portugal, o fenómeno do capital de risco é recente, mas tem progredido de forma muito rápida e cada vez mais empresas nacionais estão a ser capazes de atrair reputados investidores internacionais.

Começamos a ter exemplos de empreendedores nacionais que tendo eles conseguido vingar na sua stairway to heaven, se dedicam agora a ajudar outros no seu caminho e isso é um ciclo virtuoso que esperamos que seja capaz de aproximar Portugal das economias mais avançadas em matéria de capacidade inovadora e de criação de valor/produtividade.

É precisamente sobre capital de risco que falamos, pretendendo apresentar ao aspirante a empreendedor, algumas opções de financiamento para as diversas fases da sua iniciativa.

No início está o empreendedor, com a sua ideia – no fundo, uma hipótese – que quer testar, desenvolver, levar para o mercado e que o vai deixar milionário.

Nesta fase, o mais importante é a validação da ideia e, para isso, vai ser necessário dinheiro. Sem contar com o seu dinheiro, a única fonte de financiamento ao alcance do empreendedor com uma ideia são os famosos “3Fs”. E não falo de Fátima, Fado e Futebol, mas sim de Family, Friends and Fools!

Se tudo correr bem, o nosso empreendedor sai desta fase com uma validação grosseira de que a ideia tem potencial e que há uma possibilidade de ficar milionário.

"Em Portugal, muitas empresas falham ou não atingem todo o seu potencial porque não são capazes de dar este salto qualitativo na gestão e mantêm-se demasiado agarradas ao seu fundador, que sendo normalmente muito bom em algo, não consegue ser bom em tudo.”

Renato Braz

Business Creation Manager da EIT InnoEnergy

No entanto, para poder levar a sua ideia ao mercado, o empreendedor precisa de desenvolver uma primeira versão comercial, necessita de uma equipa e, para isso, necessita de mais dinheiro. Aqui tipicamente entram em jogo os programas de aceleração e os business angels.

Os programas de aceleração, como o nome indica, são desenhados para que os empreendedores possam beber da experiência acumulada de tantos outros e passar por um conjunto de experiências, que são importantes para quem lança projetos empresariais inovadores. São mais valiosos quanto mais específicos forem. Isto é, um programa de aceleração generalista será útil, mas um programa de aceleração sectorial será sempre mais interessante, pela maior adaptação à problemática específica, pela maior relevância estratégica dos parceiros empresariais que envolvem e até pelas redes de trabalho mais próximas do alvo. Muitas vezes, estes programas disponibilizam também orçamentos para algumas tarefas e, por isso, por vezes têm como contrapartida a participação no capital das empresas. Habitualmente são participações modestas, pelo que em programas reputados costumam valer a pena.

Quanto aos business angels, estes são indivíduos que regra geral têm provas dadas enquanto empreendedores/gestores, têm dinheiro disponível e excelentes redes de contactos. Um bom business angel é muito valioso para um empreendedor porque, para além de apoiar financeiramente o projeto, é também um mentor e pode abrir importantes portas.

Renato Braz, Business Creation Manager da EIT InnoEnergy

No fim de mais esta fase, o nosso empreendedor já validou adequadamente a sua ideia, já construiu uma equipa que lhe permite construir e vender o seu produto ou serviço e o mercado já está a dar sinais positivos de aceitação.

A empresa já consegue agora preparar e vender o seu produto ou serviço, ótimo. Mas… consegue fazer dinheiro com isso? O mercado atingido é suficientemente grande para que a empresa cresça de forma agressiva e rápida?

Se o empreendedor tiver um plano robusto e credível para responder a estas perguntas, está na hora de entrarem em campo os fundos de capital de risco – empresas que gerem fundos dedicados a apostar em iniciativas empreendedoras com grande potencial de crescimento e que, para além do dinheiro e de uma (normalmente) potente rede de contactos, trazem também algo muito importante, que vai ser fulcral para o crescimento da empresa e que muitas vezes é menosprezado em Portugal: boas práticas de governo, de planeamento, de prestação de contas e impecáveis estruturas de tomada de decisão.

"Construir uma máquina de análise de oportunidades, planeamento operacional, planeamento financeiro e tomada de decisões é tão ou mais importante do que construir um bom produto ou serviço. ”

Renato Braz

Business Creation Manager da EIT InnoEnergy

Construir uma máquina de análise de oportunidades, planeamento operacional, planeamento financeiro e tomada de decisões é tão ou mais importante do que construir um bom produto ou serviço. Bons fundos de capital de risco têm bons gestores e vão ajudar neste caminho, profissionalizando a gestão e preparando a empresa para o crescimento meteórico que todos esperam e que só será possível se tudo estiver alinhado.

Em Portugal, muitas das empresas falham ou não atingem todo o seu potencial porque não são capazes de dar este salto qualitativo na gestão e mantêm-se demasiado agarradas ao seu fundador, que sendo normalmente muito bom em algo, não consegue ser bom em tudo.

Na prática, chegada esta fase, os fundos de capital de risco funcionam como degraus de uma escada. Uns levam aos outros, cada vez maiores, mais globais, mais reputados. Até que, de um dia para o outro, vai tudo por água abaixo… ou não! Em alguns casos, a empresa cresce, afirma-se e acaba por ser vendida a um grande grupo, ou é cotada em bolsa e agora sim, o empreendedor tipicamente fica bem financeiramente, eventualmente milionário.

Texto por Renato Braz, Business Creation Manager da EIT InnoEnergy

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