Governo aprova centralização de direitos televisivos do futebol a partir de 2028/29

  • Lusa
  • 25 Fevereiro 2021

A diferença entre a sociedade desportiva que mais recebe e a que menos recebe é de cerca de 15 vezes, nota o Governo, apontando para as "assinaláveis desigualdades".

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira o decreto-lei que determina a comercialização centralizada dos direitos televisivos dos jogos da I e II Ligas de futebol, a implementar até à época desportiva 2028/2029.

O decreto-lei aprovado, que salvaguarda os efeitos dos atuais contratos em vigor, tem como objetivo “valorizar os direitos televisivos e multimédia das competições profissionais de futebol”, de modo a que a distribuição das receitas seja “mais equitativa entre sociedades desportivas”.

O diploma impossibilita que as sociedades desportivas participantes nas duas competições profissionais de futebol, I e II Ligas, comercializem de forma individualizada os direitos dos respetivos jogos relativos às épocas 2028/29 e seguintes, cabendo à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) a apresentação de uma proposta de modelo centralizado até ao final da época desportiva de 2025/26.

O documento estabelece ainda que Autoridade da Concorrência deve aprovar o modelo centralizado de comercialização definido.

“A avaliação feita ao sistema de comercialização individualizada destes direitos – que vigora em Portugal – demonstra que, no que concerne às receitas provenientes da comercialização dos mesmos, a diferença entre a sociedade desportiva que mais recebe e a que menos recebe é de aproximadamente 15 vezes, traduzindo-se, assim, em assinaláveis desigualdades quando se compara com países que já adotaram o modelo de comercialização centralizada”, refere uma nota do gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto.

O documento acrescenta, a título de exemplo, que em Espanha e em Itália a diferença é de três vezes mais, na Alemanha 2,5 vezes mais e em Inglaterra 1,3 vezes mais.

Em relação ao modelo em vigor atualmente, é ainda salientado que origina uma “menor competitividade dos campeonatos e limita a concorrência nos mercados de comercialização destes direitos”.

“Já a centralização dos direitos de transmissão televisiva responde positivamente à recomendação da Autoridade da Concorrência sobre esta matéria, sendo expectável, igualmente, um aumento de receitas, tendo em conta as diversas experiências internacionais conhecidas”, conclui.

Em janeiro, a FPF e a Liga de clubes assinaram um memorando de entendimento para concretizarem a centralização dos direitos televisivos até 2027/28.

Este acordo, aprovado pelas direções dos dois organismos, visa criar uma sociedade, nos próximos meses, tendo “como único propósito” a “gestão do processo de negociação centralizada dos direitos de transmissão televisiva das competições profissionais”.

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