Merkel admite passaporte de vacinação europeu “até ao verão”

  • Lusa
  • 25 Fevereiro 2021

A chanceler alemã disse ainda que "poderão ser necessárias campanhas de vacinação anuais semelhantes às da gripe" para controlar a pandemia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou esta quinta-feira que os parceiros europeus vão instaurar “para o verão” um passaporte de vacinação do novo coronavírus que poderá tornar “possíveis” as viagens no interior do espaço da UE.

Em conferência de imprensa, que se seguiu à reunião virtual de líderes da União Europeia (UE), a chanceler explicou que todos os países da União estão de acordo com o desenvolvimento de um sistema que permita compatibilizar os diversos passaportes de vacinação que estão a ser elaborados pelos 27 Estados-membros.

A Comissão Europeia (CE) possui agora três meses para definir as condições técnicas deste sistema, e os líderes admitem que esteja operativo “nos próximos meses” e “para o verão”, segundo a chanceler.

A dirigente alemã também advertiu que poderão ser necessárias campanhas de vacinação anuais semelhantes às da gripe, para controlar a pandemia, e devido às mutações do novo coronavírus.

“Devido às mutações talvez tenhamos de estar muitos anos numa situação de ter de vacinar uma e outra vez [contra o novo coronavírus], como conhecemos com a gripe”, assegurou nas suas declarações.

A presidente da Comissão Europeia também disse que os países da União Europeia vão ter de trabalhar rapidamente para afinar os seus sistemas de saúde e fronteiras se quiserem ter um certificado de vacinação que funcione durante o verão.

“Os Estados-Membros terão que agir rapidamente com a implementação se quisermos ter esse certificado até ao verão. Além de concordar em princípios e tecnologia, o rápido desenvolvimento nas fronteiras e nos sistemas de saúde deve ser assegurado”, disse Ursula von der Leyen, após a cimeira europeia de líderes em que foi debatida a implementação deste instrumento.

De acordo com a responsável, a Comissão está disposta a realizar uma tarefa de coordenação de padrões comuns, como fez com os aplicativos de rastreamento ao coronavírus, e criar um sistema que conecte as soluções aplicadas por cada país para que todas as informações sejam interoperáveis.

Von der Leyen alertou contra as “expetativas demasiado altas muito cedo” e especificou que esta proposta requer “pelo menos três meses de desenvolvimento técnico” para conseguir um sistema que funcione em toda a União Europeia.

A presidente da Comissão alertou também que ainda existem várias questões em aberto, como saber exatamente para que será utilizado esse tipo de documento ou se as pessoas vacinadas podem continuar transmitindo o vírus apesar de não desenvolverem a doença.

“Essas preocupações vão desaparecer à medida que a taxa de vacinação progride”, disse Von der Leye, que saudou os dados “promissores” vindos de Israel que sugerem que as pessoas que receberam as duas doses da vacina Pzifer-BioNTech não transmitem o vírus a outras pessoas.

Sobre a decisão acerca do que podem fazer as pessoas que obtiverem este certificado, a presidente destacou que “deve ser decidido em cada país”, embora a nível europeu seja favorável à sua utilização para “garantir o pleno funcionamento do mercado único”.

Nesse sentido, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, alertou sobre “legítimas preocupações quando ao risco de discriminação”, ou seja, que o atestado confere às pessoas vacinadas direitos que aqueles que não receberam imunização não têm.

“Isso gera um debate que temos que ter em conta, mas até março esperamos algum avanço nessa questão”, acrescentou o político belga.

Com um acordo já fechado sobre os dados que este certificado deve conter (qual a vacina que foi dada, um código de identificação e dados pessoais “mínimos”) está agora pendente para decisão se este certificado incluirá informações sobre se recentemente se obteve um resultado negativo num teste PCR ou se já superou a covid-19 e, portanto, com anticorpos gerados.

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