Trabalhadores em ‘lay-off’ tradicional aumentam 57,9% em julho
Em julho, havia mais de 13 mil trabalhadores em lay-off, o número é o mais elevado desde 2006. Beneficiários de prestações de desemprego sobem 6%.
O número de trabalhadores em lay-off tradicional, o regime previsto no Código do Trabalho, aumentou 57,9% em julho face a junho, para 13.482, revelam as estatísticas mensais da Segurança Social divulgadas esta sexta-feira.
De acordo com a tabela publicada no site da Segurança Social, o número é o mais elevado desde o início, em 2006. O aumento deve-se ao crescimento nas prestações de lay-off ao abrigo do Código do Trabalho associadas à modalidade de redução de horário, que mais do que duplicaram de junho para julho, passando de 4.211 trabalhadores abrangidos para 10.878.
Segundo explica, na síntese estatística, o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, verificaram-se em julho “muitos lançamentos referentes a meses anteriores”.
Por sua vez, as prestações de lay-off que resultaram de suspensão temporária do contrato, diminuíram 39,8% de um mês para o outro, abrangendo 2.604 trabalhadores (menos 1.721) em julho. Estas prestações foram processadas para 200 entidades empregadoras, menos 44 do que no mês anterior.
Há um ano, em julho de 2020, havia 3.108 trabalhadores em ‘lay-off’ tradicional, dos quais 2.328 com suspensão temporária do contrato e 780 com redução do horário laboral e 181 empresas envolvidas. A informação revela ainda dados sobre as remunerações declaradas à Segurança Social e as contribuições, neste caso referentes a junho.
O número de pessoas singulares com contribuições declaradas à Segurança Social foi assim de 283.077 trabalhadores independentes e 3.699.823 de trabalhadores dependentes em junho. Face ao mês anterior, registaram-se menos 95.559 contribuições declaradas de trabalhadores independentes e menos 123.260 remunerações declaradas face ao período homólogo.
Quanto aos trabalhadores dependentes verificou-se um acréscimo mensal de 38.892 remunerações declaradas (1,1%) e um acréscimo em termos homólogos de 112.890 remunerações declaradas (3,1%).
O valor médio mensal das remunerações declaradas pelos empregadores relativas aos trabalhadores dependentes, foi de 1.493,43 euros em junho, um crescimento mensal de 22,6% e de 5,5% em termos homólogos, justificado “pelo pagamento do subsídio de férias”, segundo o GEP.
Beneficiários de prestações de desemprego sobem 6%
O número de beneficiários de prestações de desemprego foi de 240.988 em julho, uma redução de 0,3% face a junho, mas um aumento de 6% comparando com o mesmo mês do ano anterior.
De acordo com os dados mensais publicados pela Segurança Social, há assim menos 699 beneficiários de prestações de desemprego em relação ao mês anterior e mais 13.708 por comparação com um ano antes.
O aumento homólogo deve-se sobretudo à prorrogação da concessão do subsídio de desemprego, medida que entrou em vigor em janeiro deste ano, no âmbito da resposta à pandemia de covid-19, tendo chegado a 43.120 pessoas em julho.
Face a junho, a prorrogação do subsídio de desemprego registou um aumento de 4.024 beneficiários sendo o mês com o número mais elevado desde que a medida entrou em vigor.
No âmbito do total das prestações de desemprego, apenas a prorrogação do subsídio de desemprego registou um aumento em julho.
No subsídio de desemprego houve menos 5.066 subsídios face ao mês anterior e menos 23.583 na comparação com o período homólogo, o que resultou num total de 168.512 beneficiários.
Já o subsídio social de desemprego inicial diminuiu em julho em 588 beneficiários em relação ao mês anterior e menos 3.757 face ao mês homólogo, totalizando 7.137 pessoas.
No subsídio social de desemprego subsequente verificou-se em julho uma diminuição mensal em 1.124 beneficiários e menos 4.740 face ao período homólogo, o que corresponde a 12.943 prestações pagas.
Em julho, o sexo feminino representava 58,5% dos beneficiários de prestações de desemprego e o sexo masculino 41,5%.
Por grupo etário, os indivíduos com idades entre os 50 e os 59 anos e os 40 e os 49 anos apresentaram-se em maior proporção e ambos com a mesma percentagem (24,1%). O valor médio das prestações de emprego foi de 534,83 euros em julho.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego relativo a julho ainda não se encontra disponível no site do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). No final de junho, estavam registados nos serviços de emprego 377.872 desempregados.
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