Portugal entre países da OCDE onde consultas presenciais e urgências mais caíram na pandemia
Olhando para vários indicadores de assistência médica, Portugal foi dos países da OCDE que mais sofreu os impactos da pandemia em 2020. Em 2021 já se verificou recuperação.
A pandemia veio colocar entraves ao acesso das populações à saúde, com os esforços dos hospitais concentrados no combate à Covid-19. Portugal encontra-se entre os países da OCDE que mais sofreu estes impactos, situando-se no topo da tabela das quedas em consultas presenciais, atendimento nas urgências e nas necessidades de saúde não satisfeitas durante o ano passado.
Estas conclusões são do relatório Health at a Glance 2021, publicado pela OCDE esta terça-feira. Olhando, por exemplo, para as consultas presenciais de cuidados primários, estas recuaram 66% em Portugal, durante o mês de maio de 2020, face ao mesmo período com 2019. Estes números comparam com quedas de 18% na Áustria e 7% na Noruega, no mesmo período.
Já o atendimento nas urgências caiu 28% em Portugal em 2020, uma queda que a OCDE destaca, a par das reduções de 20% no Canadá e 21% no Reino Unido. As quedas na atividade foram particularmente pronunciadas em março e abril de 2020, meses da primeira vaga da Covid-19 que exigiram ajustamentos por parte dos serviços de saúde, sendo de recordar que as idas às urgências acabaram por ser desencorajadas.
Quanto às necessidades médicas não satisfeitas, Hungria e Portugal registam os números mais altos, com mais de um terço da população a reportar ter desistido de um exame médico ou tratamento necessário durante os primeiros doze meses da pandemia, de acordo com os dados disponíveis no relatório da OCDE.
É de destacar ainda outro indicador neste relatório que mostra os impactos da pandemia nos cuidados de saúde em Portugal. Na OCDE, as mortes em excesso foram superiores às mortes por Covid-19 registadas em todas as semanas de março de 2020 até o final desse ano, com picos em abril e dezembro, sendo que a “mortalidade excessiva foi visivelmente mais alta do que a mortalidade por Covid-19 no México, Polónia, Lituânia, Portugal, Eslováquia e Estados Unidos”.
Apesar de Portugal se ter destacado pela negativa durante o primeiro ano da pandemia, já se avançou com a recuperação dos cuidados de saúde durante 2021. O Ministério da Saúde adiantou que os hospitais realizaram mais de 525 mil cirurgias e cerca de 9,2 milhões de consultas entre janeiro e setembro deste ano, valores que ficam já acima da atividade registada no mesmo período de 2019 e 2020.
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