Willis prevê aumento de custos dos benefícios de saúde
A corretora afirma que os custos por região serão marcados pela volatilidade dos preços devido à trajetória da pandemia. Em Portugal é esperado um aumento ligeiramente inferior ao verificado este ano.
Os custos das empresas associados aos benefícios de saúde deverão aumentar em média 8,1% a nível global em 2022, um valor idêntico ao registado este ano, de acordo com um inquérito a seguradoras de saúde, revelou a corretora Willis Towers Watson. Em Portugal é estimado um aumento de 5%, ligeiramente inferior ao registado em 2021 (6,5%) e um dos mais baixos na Europa, revela o 2022 Global Medical Trends Survey, realizado pela Willis.
A diferença de valores entre regiões é uma das notas deste inquérito, segundo o qual, o aparecimento da COVID-19 em diferentes países e momentos, em 2020 e 2021, criou uma volatilidade considerável na utilização dos cuidados de saúde e respetivos custos no mundo.
Na comparação entre regiões geográficas, é esperada uma variação de aumento dos custos entre os 14,2% na América Latina e os 6,7% da Europa. No Médio Oriente, é estimada uma subida de 10,6% e na Ásia-Pacífico de 7,6%. Um outro estudo, também da Willis Towers Watson, indica que a projeção nos EUA é, também, de 7,6%.
Quanto ao futuro, as seguradoras médicas esperam que as tendências de custos com os cuidados de saúde acelerem além de 2022, com mais de 75% a projetar custos mais elevados ou significativamente mais elevados nos próximos três anos.
A Willis Towers Watson realizou o 2022 Global Medical Trends Survey entre Julho e Setembro de 2021, tendo respondido um total de 209 seguradoras de 61 países. Os dados das tendências médicas americanas são extraídos do Inquérito Nacional de Tendências Willis Towers Watson.
Portugal com um dos menores aumentos na Europa
De acordo com os resultados divulgados, Portugal está entre os países europeus com a menor projeção de aumento dos custos com os benefícios de saúde suportados pelas empresas. O valor previsto para o mercado português é de um acréscimo de 5% em 2022, abaixo da média europeia (6,7%) e do valor registado este ano (6,5%). Apenas o Chipre (2%), França (3,3%), Bélgica (4%) e a Grécia (4,75%) revelam previsões inferiores à portuguesa para o próximo ano.
Filomena Pereira, Associate – Health & Benefits da Willis Towers Watson para Portugal, explica que o impacto da COVID-19, assim como a recuperação do mercado, “estão a ser sentidos de diferente maneira pelos países e empresas”, destacando que “a procura por serviços médicos regulares tem vindo a recuperar em alguns países em 2021, mas outros apenas registarão essa recuperação em 2022 ou, mesmo, posteriormente”.
Telemedicina pode reduzir custos
Ainda de acordo com o 2022 Global Medical Trends Survey, a nível global, as seguradoras de saúde reconhecem que a pandemia ajudou a acelerar os serviços de telemedicina, sublinhando o potencial da redução de custos que os cuidados de saúde virtuais criam. Mais de metade das seguradoras oferecem agora telemedicina nos seus planos, e 37% identificaram a adição deste serviço como a maior mudança nos seus portefólios de saúde em 2021.
Entre os inquiridos, 75% indicaram que usar redes de serviços contratados para todos os tratamentos é o método mais eficaz para gerir os custos médicos. A pré-aprovação para os serviços de internamento programados (67%) é segunda ferramenta de gestão de custos mais eficaz e a telemedicina (63%) subiu do quinto para o terceiro lugar, sugerindo que cada vez mais seguradoras reconhecem o potencial para uma melhor gestão através do diagnóstico e tratamento remoto dos pacientes.
Filomena Pereira acredita que “o papel da telemedicina nos sistemas de saúde vai evoluir, funcionando como um instrumento de encaminhamento para os serviços de saúde certos e para colmatar algumas lacunas no acesso aos cuidados médicos”.
O principal motivador dos custos médicos continua a ser a utilização excessiva dos serviços de saúde (64%), devido aos profissionais médicos recomendarem demasiados serviços ou sobre-prescrições. O excesso de utilização dos serviços de saúde por parte das pessoas seguras (59%) é o segundo principal impulsionador. A subutilização dos serviços de prevenção (38%) é também um impulsionador significativo dos custos e tem crescido todos os anos, em parte devido a se ter evitado os cuidados de saúde durante a pandemia.
As seguradoras nomearam o cancro, a doença cardiovascular e a musculoesquelética como as três principais condições por custo, um ranking idêntico ao do ano passado. Os inquiridos classificaram a doença musculoesquelética como a principal por incidência de queixas este ano, em comparação com o quinto lugar no ano passado.
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