Brasil: Seguros crescem 12% em 2021. Canal bancário domina distribuição
Setor supervisionado faturou equivalente a 51 mil milhões de euros em 2021. Veja o 1º ranking anual publicado pela confederação brasileira do setor.
A faturação das empresas de seguros e segmentos supervisionados no Brasil aumentou 11,8% em 2021, alcançando 306,31 mil milhões de reais no acumulado do ano (51,03 mil milhões de euros ao câmbio do Banco de Portugal, a 31 janeiro de 2022).
Retratando um mercado em que o Top 3 (BB Seguros; Bradesco Seguros e Caixa Seguridade) representa dois terços da produção (seguro direto, linhas pessoais), com distribuição assente no canal bancário (redes de balcões), os dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram um mercado com elevado grau de concentração e com distribuição fundamentalmente dependente do modelo bancassurance.
Por segmentos de negócio, o volume bruto de prémios em danos e acidentes cresceu 14,4% face a 2020, movimentando 90,19 mil milhões de reais, enquanto os seguros de pessoas representaram perto de 177 mil milhões, em expansão anual de 12,1%. Em conjunto, os dois ramos pesaram cerca de 267,2 mil milhões ou 87,2% da produção total de seguro direto do setor supervisionado.
No ramo Vida, o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), considerado o produto de poupança mais popularizado no Brasil e cuja alternativa é o PBGL – Plano Gerador de Benefício Livre (tido como o mais favorável em termos fiscais), registou-se incremento de quase 12% no valor das contribuições VGBL, que ascenderam a 126,16 mil milhões de reais em 2021.
3 grupos bancários lideram coberturas de Pessoas, segmento maior fonte de receita
Entretanto, a CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização), entidade que congrega as empresas do setor, reunidas em quatro Federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap), passou a divulgar o Ranking do Setor de Seguros, disponível no site da confederação.
A nova série baseia-se em informações das companhias (enviadas à Susep) e abrange todos os operadores classificados por tipo de operação, receita arrecadada e listada por empresas e ramos. Segundo explicou Marcio Coriolano, presidente da confederação, os rankings oferecem duas abordagens, uma por grupo económico e outra por empresas operadoras.
De acordo com a síntese relativa a 2021 (1º ano completo da série) – tomando por referência os Seguros de Pessoas, segmento representativo do mercado brasileiro e que abrange seguros de Vida (por exemplo os planos VGBL); apólices de acidentes pessoais; seguros de viagem; crédito e outros, como seguros de funeral -, o ranking de 2021 é liderado pela BB Seguridade (Banco do Brasil), seguida da Bradesco Seguros e da Brasil Seguridade (grupo caixa Económica).
A BB Seguridade é a holding que, através da BB Seguros, controla as atividades das empresas Brasilseg; Brasilprev,; Brasilcap; Brasildental; BB Corretora e outras subsidiárias. A holding de seguros do Banco do Brasil cujas subsidiárias são consolidadas através da BB Seguros obteve lucro líquido ajustado de 3,93 mil milhões de reais, mais 1,4% em um ano. O volume de prémios cresceu 16,2% para 12,06 mil milhões de reais (cerca de 2 mil milhões de euros), com destaque para os ramos Rural (que inclui seguro agrícola, Vida produtor e hipotecário), com 5,34 mil milhões de reais e seguros de Vida com 3,51 mil milhões, respetivamente com crescimentos de 35,5% e 17%, ambos contabilizados na conta da Brasilseg.
Fortemente suportado pela rede de agências, o modelo bancassurance do Banco do Brasil (BB Seguros) sofreu impacto do fecho de balcões durante a pandemia, um movimento que afetou a generalidade dos maiores bancos do país. Forte nos seguros de vida, rural e hipotecário, o grupo BB terminou 2021 a contar com perto de 4 mil agências espalhadas pelo Brasil.
Por seu lado, o grupo Bradesco Seguros opera cinco seguradoras por diferentes ramos e é segundo no ranking CNseg, após ter crescido perto de 11% em 2021, encerrou o exercício com lucros de 5,3 mil milhões de reais (+4,4% do que em 2020). O banco Bradesco, que conta mais de 71 milhões de clientes, terminou 2021 com lucro recorde de 26,2 mil milhões de reais, em expansão anual de quase 25%. O Bradesco, segundo maior banco do país atrás do Itaú-Unibanco, fechou o ano com perto de 2 950 agências, igualmente a perder agências devido ao impacto económico da pandemia.
A completar o Top 3, a Caixa Seguros (da holding Caixa Seguridade) é a marca de seguros do grupo Caixa (Caixa Econômica Federal), líder brasileira de crédito imobiliário e considerada maior instituição de banca estatal na América Latina. A Caixa Seguros, muito suportada pela parceria da CAIXA com a francesa CNP (maioritária na Caixa Seguradora) foi a que mais cresceu em variação percentual entre as três maiores, colando-se à posição da Bradesco Seguros.
Estes 3 grupos representam, em conjunto, cerca de dois terços da estrutura do extenso mercado – Coberturas de Pessoas. Ilustrando o nível de concentração, a quota conjunta do Top 5 corresponde a 82,5% de participação no total do mercado, segundo o relatório da CNseg.
Além dos rankings por segmentos, a confederação também divulga relatórios com análise de cada empresa atualizada mensalmente e que podem ser consultados aqui. O ranking divulgado pela CNseg refere-se aos 12 meses móveis até novembro de 2021, pelo que os valores indicados podem não corresponder aos anuais divulgados individualmente por cada operador.
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