Economia do Porto vai “pulsar” com investimentos de 600 milhões até 2030
Câmara do Porto prepara-se para apresentar a nova estratégia de desenvolvimento económico da cidade, que tem como base dez investimentos no valor de 600 milhões de euros, a concretizar até 2030.
Dez projetos “estruturantes”, envolvendo um investimento direto de aproximadamente 600 milhões de euros até ao final da década – cerca de metade assegurado pelo município e “considerando igualmente as possibilidades de financiamento do novo período de programação estrutural” – vão concretizar a nova Estratégia de Desenvolvimento Económico da cidade do Porto.
Denominada “Pulsar”, esta estratégia vai ser apresentada na sexta-feira, 13 de maio, no Auditório do Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, pelo vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo, Ricardo Valente. Esta sessão, que será encerrada por Rui Moreira, terá como oradora principal a comissária europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira.
“O processo de desenvolvimento do ‘Pulsar’ é o resultado da reflexão coletiva das entidades que têm impacto direto e indireto no desenvolvimento económico da cidade, tendo contado com a participação de diversos atores estratégicos da sociedade civil e local, de instituições públicas e privadas e do ecossistema empresarial”, num total de 127 entidades consultadas, sublinha a autarquia.
Quando em março apresentou uma primeira versão do plano ao Executivo municipal, Hermano Rodrigues, consultor da EY, adiantou que “tendo em conta as vantagens comparativas e competitivas” do Porto e do Noroeste do país, foram definidos oito domínios de especialização inteligente: comércio, serviços e imobiliário; turismo e desporto; TIC e centro de serviços; saúde e ciências da vida; cultura e indústrias criativas; mobilidade, energia e ambiente; economia azul; e construção sustentável.
O documento destacou a “forte presença no tecido empresarial” do setor do comércio e serviços, que em 2019 representava 92% dos estabelecimentos, 88% do emprego e 79% do volume de negócios”, e o facto de o Porto concentrar “cerca de um terço dos centros de competências instalados no país”. A cidade é descrita como “polo atrativo” para multinacionais na área das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e é sublinhado também o crescimento do setor imobiliário (71,6% entre 2011 e 2020), puxado pelo mercado de reabilitação.
“Perda de população foi estancada”
Para o evento dedicado à apresentação final deste plano estratégico para a economia local, esta sexta-feira, está programada ainda uma mesa-redonda com a participação de António Parada, CEO da FairJourney Biologics (empresa de biotecnologia que em 2021 construiu um novo centro de investigação na Invicta); Hermano Rodrigues, da consultora EY-Parthenon; Joana Resende, pró-reitora para o Planeamento Estratégico da Universidade do Porto; e Luís Filipe Reis, CEO da Sonae Financial Services e da Sonae Fashion.
“Enfrentamos o desafio do envelhecimento populacional, mas a perda de população foi estancada. O hub de talento é o nosso grande ativo. (…) A cidade tem vindo a captar um conjunto de investimentos na área das tecnologias, temos dados que indicam que o valor acrescentado bruto de empresas estrangeiras é 23% do total”, resumiu Ricardo Valente, na reunião do Conselho Municipal de Economia/Casa dos 24, no final de abril, que serviu para abordar o documento e recolher os contributos dos conselheiros.
O vereador com a pasta da Economia, que é membro da Iniciativa Liberal, referiu ainda que pretende “ter um órgão com competências executivas que seja responsável pela implementação deste plano, uma estrutura ágil, representativa e focada”. “Haverá um conselho de direção que será a liderança efetiva deste plano. Queremos que isto seja um plano estratégico da cidade, não um plano do município”, insistiu.
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