Preços dos imóveis comerciais subiram 5,1% em 2021

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Maio 2022

Os preços das propriedades comerciais subiram 5,1% em 2021, o maior avanço desde 2010, mas ainda assim inferior ao dos preços das casas, que subiram mais de 9% no ano passado.

Os preços das propriedades comerciais tiveram um crescimento de 5,1% no ano passado, acelerando em 2,3 pontos percentuais face à taxa registada em 2020. Ainda assim, a subida continua a ser inferior à dos preços das casas, que aumentaram 9,4% em 2021, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Trata-se da taxa de variação mais elevada registada desde 2010, tendo interrompido um período de dois anos consecutivos de desaceleração dos preços“, sublinha o gabinete de estatísticas nacional no Índice de preços das Propriedades Comerciais (IPPCom).

Imóveis comerciais vs. habitação:

Este crescimento verificou-se em mais um ano marcado pela pandemia de Covid-19, sobretudo nos primeiros meses de 2021, durante os quais a população esteve sujeita a novo confinamento e o país esteve fechado devido ao elevado número de contágios e mortes derivadas do coronavírus.

O INE atualizou também o IPPCom relativo aos anos de 2019 e 2020, na sequência de informação adicional mais detalhada disponibilizada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), resultando em aumentos superiores aos que eram indicados no índice anterior.

Deste modo, os preços dos imóveis comerciais em 2019 subiram 3,1% em vez de 1,9%, enquanto em 2020 a subida foi de 2,8% e não de 1,7%. Estas alterações não alteram a perspetiva de redução do ritmo de crescimento dos preços das propriedades comerciais nesses dois anos.

Quanto ao mercado habitacional, tal como sucede desde 2016, voltou a evidenciar em 2021 um crescimento dos preços acima do observado nos imóveis comerciais, fixando-se em 9,4%.

O gabinete estatístico ressalva, porém, que foram introduzidas alterações no âmbito do Índice de Preços da Habitação (IPHab), que agora se circunscreve às aquisições de habitação pelas famílias e deixa de fora as aquisições de habitação realizadas pelos demais setores institucionais.

Nesse sentido, segundo o INE, as aquisições de habitação por parte de outros setores excluindo famílias totalizaram quase 24 mil transações em 2021, correspondentes a pouco mais de 4 mil milhões de euros (cerca de 14% do total das habitações transacionadas em número e em valor).

No período em análise, regra geral, o crescimento dos preços das habitações adquiridas pelos restantes setores institucionais foi inferior ao apurado para o IPHab, aproximando-se assim da dinâmica do IPPCom“, explica, notando que as diferenças mais relevantes se verificaram no 2.º e no 3.º trimestre de 2020 e no 1.º trimestre de 2021, período em que a pandemia condicionou fortemente a atividade do mercado imobiliário.

Preços das habitações vs. habitações excluindo setor das famílias:

Além disso, segundo o INE, desde 2015 que as taxas de crescimento dos preços dos imóveis comerciais e dos preços dos imóveis residenciais não registavam um diferencial tão baixo: 4,3 pontos percentuais, menos 1,7 pontos percentuais face a 2020.

O IPPCom tem como principal objetivo medir a evolução dos preços das propriedades comerciais transacionadas no território nacional.

À semelhança do IPHab, divulgado pelo INE desde julho de 2014, a compilação do IPPCom utiliza informação administrativa fiscal do imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) e do imposto municipal sobre imóveis (IMI).

(Notícia atualizada às 12h20)

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