Plano de contingência para o verão inclui “eventual” reforço salarial

Até setembro, a ministra da Saúde só promete resposta com melhor organização dos serviços, reconhecendo que “infelizmente não tem para contratar tantos especialistas quanto gostaria".

A ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou esta segunda-feira que está a trabalhar num plano de contingência para os meses de junho, julho, agosto e setembro, que inclui o “funcionamento mais articulado, antecipado e organizado das urgências” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa lógica de rede, e “eventualmente também com a precaução de questões remuneratórias associadas”, como o aumento do valor a pagar pelas horas extras.

Em declarações aos jornalistas, a governante indicou ainda que, neste plano de curto prazo, vai dar “apoio a quem está no terreno a fazer a sua função, nomeadamente às lideranças em que [mantém] a confiança”; e que a tutela vai monitorizar os indicadores, nomeadamente de saúde materna, e “informar publicamente para que esta instabilidade que se instalou e importa clarificar não se sobreponha ao valor da confiança num serviço público de saúde”.

No final de uma série de reuniões de trabalho com agentes do setor — e numa altura de pressão particular sobre os serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia –, Marta Temido notou que, no médio prazo, é “absolutamente necessário ter uma coordenação que funcione, como funcionou a comissão de apoio à resposta à medicina intensiva, para que possa apoiar as reestruturações que [é preciso] fazer nesta área, atendendo às circunstâncias regionais”.

A ministra referiu ainda que se terá de “olhar também para a formação de recursos nesta área de ginecologia e obstetrícia”, calculando que nesta primeira época de 2022 serão “apenas mais 28 especialista formados”. Já questionada sobre as respostas estruturais que serão dadas, respondeu “a contratação de todos os especialistas que aceitem ser contratados pelo SNS”.

“Tentaremos contratar. Há um concurso de contratação de recém especialistas para ser aberto esta semana. Essa é a primeira iniciativa. Infelizmente, não temos para contratar tantos quanto gostaríamos e as condições em que se trabalha no SNS são pesadas e reconhecemos isso”, acrescentou. Vai aumentar os salários dos médicos? Esse é “apenas um aspeto”, desvalorizou a titular da pasta.

Infelizmente, não temos para contratar tantos [recém especialistas] quanto gostaríamos e as condições em que se trabalha no SNS são pesadas – e reconhecemos isso.

Marta Temido

Ministra da Saúde

Sobre os problemas em termos organização de escalas de urgência externa de ginecologia e obstetrícia, Marta Temido reconheceu que “estes constrangimentos e problemas, não sendo de hoje, estão agora numa fase mais nítida e aguda porque depois de dois anos de pandemia e do adiar de um conjunto de medidas que [pretendia] ter implementado anteriormente e que não foram possíveis, agora se revelam com outra gravidade e magnitude”.

“Tudo faremos para que não se voltem a verificar situações do tipo das que vivemos nos últimos dias em termos de perturbação da tranquilidade social relativamente ao funcionamento do SNS. (…) Para o imediato temos respostas de contingência para que não se repetiam situações que por falha de encaminhamento ou entendimento as coisas não correm tão bem”, concluiu a ministra da Saúde.

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