Empresários minhotos preocupados com “imprudência” do Governo

  • Lusa
  • 27 Junho 2022

A Associação Empresarial do Minho manifestou-se preocupada com a "imprudência" do Governo, especificamente acerca das declarações do primeiro-ministro sobre a subida dos salários em 20%.

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) manifestou-se esta segunda-feira preocupada com a “imprudência” do Governo, especificamente acerca das declarações do primeiro-ministro, António Costa, sobrec e adaptação das empresas às novas gerações.

“O sr. primeiro-ministro veio a público declarar que os salários tinham de ser aumentados em 20%, sem explicar como esperava que isso iria impactar na produtividade das empresas, sem fundamentar, nem se quer explicar como iriam as empresas suportar esse aumento de custos”, pode ler-se num comunicado hoje divulgado.

De acordo com o texto, cujo título refere que a AEMinho está “preocupada com a ‘imprudência’ do Governo”, a associação empresarial refere que respondeu ao repto do Governo com “uma proposta de dividir o custo desse aumento com o Estado”.

“Ou seja, o Estado devia comprometer-se a reduzir em 10% os impostos sobre o trabalho (realçamos que são impostos sobre o rendimento dos trabalhadores e não sobre os lucros das empresas) e as empresas comprometer-se-iam a promover esse aumento de 10% no salário médio”, explica a AEMinho.

No comunicado divulgado esta segunda-feira, os empresários minhotos referem que “até à data” não sabem “qual é a posição do Governo”. “Na verdade, não ouvimos nem mais uma palavra sobre este tema”, refere a associação presidida por Ricardo Costa.

A AEMinho apelidou ainda de “bitaite” as declarações do primeiro-ministro, na semana passada, acerca das “supostas novas exigências geracionais em relação à carga laboral”.

No dia 20 de junho, António Costa tinha dito que a “nova geração não está disponível para as cargas horárias que as empresas estão a praticar, para o estilo de gestão autoritário”, e que as empresas ou “mudam radicalmente” nesse sentido “ou fecham”

“Uma vez mais, não se percebeu na proposta qualquer evidência ou fundamento e, tendo em conta a conjuntura macroeconómica do país e do Mundo, consideramos também ser mais uma proposta inoportuna no tempo e na forma”, considerou hoje a AEMinho.

Assim, e caso o Governo considere as matérias como prioritárias, a AEMinho manifestou o desejo de que “as discuta primeiro, ouça os empresários e os trabalhadores, faça o benchmarking [consulta das melhores práticas em dado setor] que tem que fazer e depois apresente de forma ponderada propostas e tome decisões em conformidade”.

“A verdade é que todos estamos no mesmo processo produtivo, em funções e posições diferentes, mas com um único interesse comum, o sucesso das nossas empresas, para bem quer dos empresários, quer de trabalhadores”, diz a AEMinho.

A associação disse ainda que esperar que “um Governo, em especial o seu líder, seja uma fonte de estabilização, um indutor de confiança e um garante de ponderação e credibilidade nas propostas que apresenta ao país”.

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