Empurrão europeu às renováveis deve ser visível dentro de um ano, estima EDP Renováveis

“Já se estão a ver os governos a dar passos concretos para simplificar” o licenciamento de renováveis desde que a Comissão Europeia lançou o programa Repower EU, afirma o CEO da energética.

O CEO da EDP e da EDP Renováveis, Miguel Stilwell de Andrade, acredita que no espaço de 12 a 18 meses deverão começar a notar-se “impactos concretos” do esforço de aceleração no licenciamento de energia renovável a nível europeu.

O líder da energética explicou, numa chamada com analistas a propósito da apresentação de resultados do primeiro semestre da EDP Renováveis, que “já se estão a ver os governos a dar passos concretos para simplificar” o licenciamento de renováveis, desde que a Comissão Europeia lançou um programa que motiva a isso mesmo, o Repower EU.

Portugal foi um dos exemplos dados, depois de ter lançado a semana passada, e destinado a consulta pública, um plano para a simplificação do licenciamento ambiental. No entanto, o dinamismo sente-se também além fronteiras, garante. “Se formos de país a país, alguns ainda não o tornaram público, mas diria que quase todos eles estão a conversar com associações e empresas” no sentido de lançarem os seus planos de aceleração.

Tendo em conta os movimentos atuais, dentro de um ano a 18 meses, Stilwell de Andrade espera que já proliferem os planos de aceleração e projeta que, assim sendo, entre 2024 e 2025 já se verifique “um crescimento maior” na implementação de projetos renováveis resultante disso mesmo. “Não penso que estou a ser demasiado otimista. Parece um prazo razoável”, indicou.

Subida nas taxas de juro não preocupa EDP Renováveis

“Estamos a ver as taxas de juro a subirem mas os preços da energia também estão a subir. Estão a compensar-se, ou mais do que isso, no caso de algumas geografias”, afirmou Miguel Stilwell de Andrade, para depois garantir que “há boa procura e boas avaliações para os ativos”. “Não vemos que o aumento nas taxas de juro seja um obstáculo”, concluiu.

A EDP Renováveis registou um aumento da dívida líquida em 2022, que totalizava os 5,23 mil milhões de euros no final de junho, correspondendo a um aumento de 2,3 mil milhões em relação a dezembro – um agravamento explicado pelos investimentos feitos neste período, nomeadamente a compra da Sunseap, por 600 milhões de euros. Contudo, o CEO espera que esta tendência de subida normalize até ao final do ano.

Em termos de aquisições, o CEO não espera concretizar “nada tão grande como a da Viesgo” nos próximos tempos, embora se diga atento a novas oportunidades. A empresa espera 300 milhões de euros de ganhos resultantes da rotação de ativos planeada para este ano, com “duas transações fechadas, uma assinada e outros negócios em negociação”.

A EDP Renováveis aumentou os lucros em 87% para 265 milhões de euros no primeiro semestre do ano, um resultado que compara com os ganhos de 142 milhões registados há um ano e é explicado pelo aumento dos preços da energia, anunciou, esta quarta-feira, a empresa ao mercado.

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