Estas são as 24 medidas propostas pelo Turismo do Algarve para poupar água

Região do Algarve reuniu várias entidades ligadas ao turismo e pensou num conjunto de 24 medidas de poupança de água, que aguardam agora a aprovação da APA.

A situação de seca que o país está a atravessar está a levar o Governo, as autarquias e outras entidades a adotarem medidas urgentes de redução do consumo de água. No Algarve, a região reuniu vários organismos ligados ao turismo e elencou um conjunto de 24 medidas de poupança de água, que aguardam agora a aprovação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“Tendo presente a preocupante e prolongada situação de seca que se verifica no corrente ano hidrológico na Região do Algarve, com efeitos críticos no armazenamento de água na albufeira da Bravura e a necessidade de implementar medidas de contingência adicionais“, várias associações empresariais e do turismo reuniram-se a 20 de julho para debater o assunto.

Nessa reunião foi deliberado que iriam ser apresentas “medidas de redução de consumo que não afetassem diretamente a atividade” das empresas e “sem que alguma vez estivessem em causa cortes na água para consumo humano“. Foi assim proposto à APA um conjunto de 24 medidas de poupança de água, que vai em breve pronunciar-se sobre elas, adiantou ao ECO João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA).

Enquanto esse parecer não chega, os empreendimentos e alojamentos turísticos do Algarve já estão a adotar outras medidas, sobretudo no que diz respeito aos campos de golfe. Aqui, destacam-se, por exemplo, a redução da área de relva, a substituição das relvas por espécies de menor consumo, a melhoria da eficiência das drenagens e da rega, ou a utilização das águas residuais tratadas como fonte preferencial para a rega dos campos.

As 24 propostas de poupança de água propostas pelo Turismo do Algarve

Gestão

  • Realizar auditorias regulares dos consumos de água, por secção, antecipando desvios que possam ser de origem retificável.

Clientes e staff

  • Fazer campanha de sensibilização do staff, em todos os pontos de consumo de água, promovendo comportamentos de economia nas unidades hoteleiras e em casa;
  • Sensibilizar todos colaboradores para a monitorização regular de eventuais desperdícios de água;
  • Fazer uma campanha de informação aos clientes, sobre as práticas ambientais recomendadas, incentivando à redução de consumo e a comunicação de eventuais locais que se registem perdas / ineficiências;
  • Colocar nos quartos informação sobre o procedimento para a mudança de lençóis e toalhas (eventual período mínimo de utilização das tolhas de dois dias), oferecendo ao cliente a possibilidade de reduzir, por esta via, o seu consumo de água; deve ainda ser oferecida a possibilidade dos clientes dispensarem a limpeza diária dos quartos, durante a estadia;
  • Estabelecer um período mínimo de utilização de toalhas (2 dias);
  • Realizar campanhas especificas com o pessoal de cozinha, identificando áreas onde podem existir comportamentos de desperdício de água (por exemplo: lavagem de legumes prolongada sob uma torneira sem qualquer retenção ou controlo; descongelamento atempado de alimentos, evitando o recurso a água corrente para este efeito);
  • Em empreendimentos com lavandaria, reforçar a formação dos funcionários para apenas fazerem ciclos de limpeza com cargas completas.

Instalações

  • Instalar nos chuveiros dos quartos redutores de caudal com consumo máximo de 9 litros por minuto;
  • Instalar em todas as torneiras redutores de caudal com consumo máximo de 8 litros por minuto (com colocação de temporizadores);
  • Os urinóis e torneiras das áreas públicas e/ou de serviço devem ser equipados com sensor e/ou sistema de poupança de água (torneiro de pressão ou pedal); rever regularmente a calibração destes equipamentos;
  • Em empreendimentos com lavandaria, rever os programas de limpeza, assegurando que apenas estão a usar o tempo necessário à limpeza;
  • Assegurar que a limpeza do filtro da piscina é efetuado da forma mais eficiente, reduzindo as necessidades de reposição de água, e aproveitar a água da lavagem para outro uso compatível;
  • Reforçar o controlo do equilíbrio químico da piscina, evitando problemas de qualidade da água e a necessidade de reposição de volumes para reequilibro;
  • Reduzir ou adaptar as técnicas de limpeza de águas públicas, evitando lavagens com mangueira ou máquinas de pressão;
  • Reduzir ou anular o funcionamento das fontes ornamentais existentes nos empreendimentos turísticos.

Rega

  • Instalar contadores de água, em particular nas zonas de maior consumo de água, e fazer o registo semanal dos mesmos;
  • Promover regas noturnas, reduzindo as perdas por evaporação, e substituir regas por aspersores com rega “gota a gota”;
  • Qualquer irrigação efetuada com mangueira, deve ter aplicado bocal de dispersão;
  • Utilizar espécies endógenas com menor necessidade de água;
  • Promover a recolha de água da chuva ou outro uso secundário (de qualidade secundária, como águas cinzentas ou já resultantes de limpeza), passível de reaproveitamento para e rega de jardins ou outro efeito;
  • Instalação dum sistema de irrigação inteligente (estação meteorológica e sensores de humidade) ou colocar sensores de chuva em sistemas de aspersores exteriores automatizados, garantindo que não há utilização desnecessária de água;
  • Todas as regas dos espaços verdes devem ser reduzidas ao mínimo.

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