Costa prescreve “nervos de aço” para “dobrar” inflação

“Bom senso, responsabilidade, nervos de aço e as medidas certas”. É esta a dose recomendada pelo secretário-geral do PS para combater a inflação, não abdicando das “contas certas”.

António Costa disse este domingo em Leiria que, se o país conseguiu “vencer a pandemia”, também terá a “capacidade de dobrar a inflação” desde que tenha “bom senso, responsabilidade, nervos de aço e as medidas certas”.

Durante um comício marcado entre a Academia Socialista (formação de jovens quadros) e as jornadas parlamentares do partido, o secretário-geral do PS lembrou que “infelizmente, para a inflação não há uma vacina”, mas há “pequenas medidas que em pequena dose podem ir atenuando a dor”.

“Tal como não tivemos medo do diabo para virar página da austeridade, também não é agora que baixamos os braços ou desistimos dos objetivos porque a guerra é difícil e temos a inflação como não víamos há 30 anos. Estamos aqui para dar a cara, lutar e vencer”, prometeu.

No polémico tema das pensões, Costa referiu que “em circunstância alguma [tomará] qualquer medida que ponha em causa a sustentabilidade futura da Segurança Social”. E foi por esse motivo, referiu, citado pela CNN Portugal, que não avançou com um “aumento maior” no plano apresentado esta semana. “Era muito fácil [fazê-lo] agora, mas depois não sabemos o que poderia acontecer”, justificou.

“Aquilo que a oposição vem falar é dos aumentos de 2024. Mas aquilo que nós queremos dizer à oposição é o seguinte: tal como ao longo destes anos soubemos corrigir a fórmula com aumentos extraordinários (…), também daqui a um ano estaremos aqui para dizer aos pensionistas qual será o aumento para 2024”, resumiu.

No final da uma semana em que apresentou um pacote com oito medidas dirigidas para as famílias –- ainda não há data para as propostas dirigidas às empresas –, António Costa referiu ainda que “baixar a dívida não deve ser só um objetivo do Estado, mas de toda a sociedade portuguesa”.

“Em duas semanas, duas agências de notação melhoraram o nosso rating. Mostra a confiança em que, apesar da guerra e das dificuldades, Portugal honrará os seus compromissos. (…) Para ter contas certas não é preciso austeridade, mas boa governação”, resumiu o líder socialista.

Perante uma plateia de militantes do PS, o secretário-geral insistiu que é “fundamental manter a credibilidade internacional [do país] porque, ao travarmos os juros da República ajudamos a travar os juros pagos pelas empresas e pelas famílias”.

(Notícia atualizada às 19h40 com declarações sobre a Segurança Social)

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