Regulador europeu aprova utilização de vacinas anticovid a partir dos seis meses

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

A Agência Europeia de Medicamentos recomendou “a utilização nas crianças de seis meses a cinco anos da (vacina) Comirnaty”, da Pfizer, e da “Spikevax”, da Moderna.

O regulador europeu deu esta quarta-feira “luz verde” à utilização a partir dos seis meses das vacinas anticovid da Pfizer e da Moderna, que se tornam as primeiras autorizadas para os menores de cinco anos na União Europeia.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou “a utilização nas crianças de seis meses a cinco anos da (vacina) Comirnaty”, da Pfizer, e da “Spikevax”, da Moderna, indica um comunicado do regulador europeu.

As doses das duas vacinas para estas faixas etárias mais jovens serão mais fracas, explica a nota da EMA, adiantando que a Comirnaty pode ser administrada na vacinação primária em três doses e a Spikevax em duas doses. O Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMA concluiu que “os benefícios” daquelas vacinas “superam os riscos”, adiantando que os efeitos secundários são geralmente ligeiros ou moderados e de curta duração.

A EMA também recomendou a utilização de uma vacina adaptada da Moderna dirigida às sub-linhagens da variante Omicron BA.4 e BA.5, além da estirpe original do SARS-CoV-2, por adultos e crianças a partir dos 12 anos com vacinação primária contra a covid-19. A Omicron e as suas sub-linhagens foram dominantes ao longo do corrente ano, substituindo rapidamente as variantes precedentes Alpha e Delta.

As recomendações do CHMP serão agora transmitidas à Comissão Europeia, que tomará as decisões finais a aplicar em todos os Estados-membros da UE, precisa a nota. A EMA alertou no mês passado que a pandemia de covid-19 continua e exortou os países a criarem programas de reforço de vacinas antes do inverno.

OMS mantém pandemia de covid-19 como emergência de saúde pública internacional

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou esta quarta que decidiu manter a pandemia da covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional, na sequência da recomendação do comité de emergência.

Tedros Adhanom Ghebreyesus “concorda com o parecer emitido pelo comité em relação à pandemia em curso de covid-19 e determina que o evento continua a constituir uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional” (PHEIC, na sigla em inglês), adiantou a organização em comunicado.

A PHEIC é o nível mais alto de alerta e aplica-se a “um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado”, com implicações para a saúde pública para além da fronteira nacional de um Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata. De acordo com a OMS, os peritos de vários países que aconselham a organização concordaram que a covid-19 se mantém um “evento de saúde pública que continua a afetar negativa e fortemente a saúde da população mundial”.

“Ainda há o risco de novas variantes agravarem o impacto contínuo na saúde, particularmente à medida que o inverno se aproxima no hemisfério norte, e ainda há a necessidade de uma resposta internacional coordenada para enfrentar as desigualdades no acesso a ferramentas que salvam vidas”, adiantou a organização com sede em Genebra.

A OMS salienta que, embora as mortes semanais estejam próximas do valor mais baixo desde que a pandemia começou, esse número “permanece alto em comparação com outros vírus respiratórios”. Além disso, na sua recomendação, o comité considerou as dúvidas sobre as características genéticas e antigénicas das futuras variantes do SARS-CoV-2, que são agravadas em grande medida pelas “lacunas atuais” na vigilância global, que dificultam a identificação e a avaliação atempada dessas mudanças.

A evolução contínua do vírus que causa a covid-19 pode “representar desafios para as vacinas e terapêuticas atuais”, alerta a OMS, sublinhando que ainda permanecem “iniquidades no acesso” à vacinação e a tratamentos entre países. “No geral, o comité considerou que a situação permanece dinâmica e requer reavaliações frequentes, e que o término da PHEIC, quando considerado viável, deve ser implementado da forma mais segura possível”, refere o comunicado.

Na sequência da decisão de manter a covid-19 como PHEIC, o diretor-geral da OMS emitiu uma série de recomendações temporárias para os países, entre as quais o reforço da vigilância do SARS-CoV-2, melhorando, quando necessário, capacidade de detetar e avaliar as variantes emergentes e mudanças significativas na epidemiologia da covid-19.

Outras recomendações passam por alcançar as metas nacionais de vacinação, com a proteção integral dos grupos de risco, por manter uma resposta nacional forte à pandemia, com a atualização dos planos de preparação e resposta, e pela adaptação das medidas de proteção individual à mudança do contexto epidemiológico.

O comité de emergência para a covid-19 realizou sua primeira reunião em 22 e 23 de janeiro de 2020 e, dias depois, o diretor-geral da OMS declarou que o surto de SARS-CoV-2 constituía uma emergência de saúde pública internacional. A este comité, que reúne por convocação do diretor-geral da OMS, cabe recomendar se um surto constitui uma emergência de saúde pública, propondo medidas temporárias para prevenir e reduzir a propagação de uma doença e gerir a resposta global à saúde pública, se assim for necessário.

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