Portugal com os preços de gás e eletricidade abaixo de Espanha e da média da UE

Os preços da luz portugueses ficaram mesmo entre 38 a 48% abaixo dos espanhóis, referindo, respetivamente, aos domésticos e não-domésticos, aponta a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)

Os preços da eletricidade e do gás em Portugal, tanto para clientes domésticos como para empresas, ficaram abaixo dos de Espanha e dos da média da União Europeia nos primeiros seis meses de 2022.

Os preços da luz portugueses ficaram mesmo entre 38 a 48% abaixo dos espanhóis, referindo, respetivamente, aos domésticos e não-domésticos, aponta a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), num boletim lançado esta segunda-feira.

Foram os países do centro da Europa, dos quais se destacam Alemanha, Bélgica e Dinamarca, mas também Espanha e Itália, que apresentaram os preços de eletricidade mais elevados para os clientes domésticos. O leste da Europa e os Países Baixos destacam-se com os preços da eletricidade mais baixos neste segmento. Olhando para as empresas, os países nórdicos conseguiram os preços mais baixos enquanto Chipre, Eslováquia, Grécia, Itália e Roménia registaram os preços mais elevados.

A ERSE divide os preços da eletricidade em quatro grupos. No caso dos preços domésticos, Portugal encaixa-se no segundo grupo com os preços mais baratos, apesar de ter registado uma subida de 5,5% nestes preços, face ao semestre homólogo de 2021. No que diz respeito às empresas, Portugal está mesmo no grupo dos nórdicos, integrando a banda de preços mais baixos, apesar da subida de 18,2% face ao mesmo período do ano anterior, já que nas restantes regiões analisadas — Espanha, Zona Euro e UE — a subida foi de entre 40% a 74%.

Os preços da luz em Portugal já são mais baixos que os de Espanha, UE e Zona Euro desde o primeiro semestre de 2019, e a descida das tarifas de acesso às redes em janeiro de 2022 permitiu acentuar esse efeito, indica o regulador.

Já no que toca ao gás natural, Espanha apresentou, no primeiro semestre, preços 17% e 11% superiores aos preços de Portugal, para os segmentos doméstico e não-doméstico, respetivamente.

Em Portugal, 73% do preço doméstico diz respeito a energia e redes e 27% refere a taxas e impostos. Nos preços não-domésticos, a entidade reguladora deixa de fora a carga fiscal, afirmando que, sendo esta dedutível, a comparação mais fiel com os outros países não a inclui.

Para os clientes domésticos, Suécia, Dinamarca, Chéquia e os Países Baixos registaram os preços de gás natural mais elevados da União Europeia. Os preços mais baixos praticaram-se no leste europeu. Já para as empresas, os preços mais baixos registaram-se na Hungria, Alemanha, Bélgica e Croácia, e os mais elevados na Dinamarca, Finlândia e Suécia.

Numa comparação mais alargada dos preços para as empresas, nota-se contudo que os preços de gás natural assumiram no primeiro semestre de 2022 o preço mais elevado dos últimos cinco anos, destacando-se aumentos entre os 150% e os 220%, face ao semestre homólogo de 2021, em Espanha (a subida mais elevada), UE, Portugal e Zona Euro (a subida mais contida). No caso dos consumidores domésticos, os últimos cinco anos apresentam “uma certa estabilidade no preço de gás natural, com um ligeiro aumento no primeiro semestre de 2022”.

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