Sabonetes da Ach Brito voltam às mãos da família do fundador

Aquiles de Brito, bisneto do criador da centenária produtora de sabonetes e artigos de perfumaria, reassume o controlo da empresa que tem fábrica em Vila do Conde e a marca Claus Porto.

A Ach Brito, a mais antiga fabricante de sabonetes e produtos de perfumaria portuguesa, anunciou esta quarta-feira que a empresa “volta a ser integralmente detida pela família que lhe deu origem e emprestou o nome, na pessoa de Aquiles de Brito, bisneto do fundador”, Achilles de Brito, que em 1918, com o irmão Affonso de Brito, adquiriu os ativos da Claus & Schweder.

A novidade foi comunicada aos clientes através das redes sociais, com a empresa sediada em Vila do Conde a falar de um “regresso a casa”. “Mal podemos esperar pelos próximos capítulos desta história centenária, que continuaremos a escrever com os mesmos valores, ambição e dedicação que nos conduziram até aqui. Com a mesma assinatura de sempre”, lê-se na mesma publicação.

Nos últimos sete anos, esta companhia foi controlada pela Menlo Capital, uma sociedade de capital de risco a quem Aquiles de Brito tinha cedido o controlo (65%), ficando nessa altura com a posição reduzida a 20% do capital. Os restantes 15% ficaram nas mãos de um fundo do Novobanco, que é gerido pela Haitong Global Asset Management.

Já este ano, como há algumas semanas foi noticiado pelo Jornal de Negócios (acesso pago), depois de ter sido atingida a maturidade dos suprimentos (empréstimos à empresa) convertíveis em capital, que tinham sido concedidos no valor de cerca de 1,5 milhões de euros, este “FCR PME Novo Banco” passou a deter na íntegra a Ach Brito, com a transação a ser completada pelo valor simbólico de um euro.

O ECO tentou contactar o administrador da empresa nortenha para obter mais detalhes sobre este processo, sem sucesso até à hora da publicação desta notícia. O Haitong Bank remeteu para uma nota divulgada a 14 de outubro, na qual o banco chinês referia que o “FCR PME Novo Banco” iria ser “liquidado” em dezembro de 2022, “momento em que o processo em causa passará a ser conduzido em exclusivo pelos detentores das participações do dito fundo”.

No ano passado, a faturação da Ach Brito rondou os 4,5 milhões de euros, ligeiramente acima de 2020, mas abaixo ainda do nível anterior à pandemia de Covid-19 (6,2 milhões de euros em 2019). A exportação para 30 mercados representa perto de metade do volume de negócios realizado nos perto de 400 pontos de venda em que tem os produtos à venda.

Atualmente com cerca de 80 funcionários, entre a fábrica de Fajozes, no concelho de Vila do Conde, e as três lojas próprias (duas em Lisboa e uma Porto) que explora com a sua marca de luxo Claus Porto – há alguns anos ganhou fama internacional, sobretudo nos Estados Unidos, quando foi elogiada por Oprah Winfrey –, nos últimos dois exercícios terá acumulado prejuízos de quase dois milhões de euros.

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