Governo alemão contra bónus a administradores da Lufthansa
O pagamento de prémios seria "uma violação do acordo" entre Berlim e a transportadora aérea, disse o porta-voz governamental, lembrando que a empresa beneficiou de ajuda estatal devido à pandemia.
O Governo alemão manifestou-se esta quarta-feira contra a atribuição de bónus relativos a 2020 e 2021 aos seis membros da administração do grupo aéreo Lufthansa, que beneficiou de ampla ajuda estatal devido à crise pandémica. Considerando que o pagamento de prémios seria “uma violação do acordo” entre Berlim e a transportadora aérea, o porta-voz governamental, Steffen Hebestreit, indicou que é preciso “discutir com a Lufthansa as diferentes apreciações jurídicas”.
“E depois vemos qual é a decisão”, acrescentou, numa conferência de imprensa onde foi questionado sobre o assunto.
O jornal alemão Handelsblatt noticiou na terça-feira que os seis membros da administração da Lufthansa podem reclamar milhões de euros em bónus relativos a 2021 e 2022, anos em que o grupo beneficiou de ajuda estatal devido à crise causada pela pandemia de covid-19. Segundo o jornal, alguns representantes dos trabalhadores no conselho de fiscalização (que supervisiona a administração) votaram contra a decisão, por considerarem que é uma violação do plano de resgate acordado com o grupo em 2020.
A pandemia de covid-19 causou uma crise sem precedentes na aviação e a Lufthansa sobreviveu graças a um programa no valor de 9.000 milhões de euros de ajuda pública e empréstimos com garantias, o que levou o Estado a tornar-se o seu principal acionista. Esse plano estipulava que os membros da administração não podiam receber prémios durante o período em que as ajudas estivessem em vigor.
O Estado alemão vendeu todas as participações que tinha na companhia aérea em setembro passado e a Lufthansa fez o reembolso da ajuda pública em finais de 2021.
Em 2021, o presidente executivo do grupo, Carsten Spohr, recebeu um salário fixo de 1,63 milhões de euros, sem qualquer bónus, contra um total de 4,97 milhões de euros em 2019 (incluindo 3,3 milhões em prémios), no ano anterior à covid-19, o que representa uma redução de dois terços da remuneração.
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