Benfica à espera do Banco de Portugal para lançar “fan token”

  • ECO
  • 2 Fevereiro 2023

Clube previa lançar cripto no verão, mas está atrasado. Diz agora aguardar há seis meses por autorização do Banco de Portugal e levanta dúvidas de legalidade com o token da Seleção e do Porto.

O Benfica garante estar há seis meses à espera de autorização do Banco de Portugal para poder lançar “uma panóplia” de criptoativos, incluindo o fan token que pretendia lançar no verão passado em parceria com a Socios.com. Depois de o ECO ter noticiado os atrasos na estratégia benfiquista para o universo cripto, fonte oficial do Benfica vem agora justificar porque é que o fan token, anunciado em maio de 2022 e com lançamento previsto para o verão, continua sem ver a luz do dia.

“O Benfica continua a aguardar que o Banco de Portugal emita a devida autorização para que a Socios.com lance os FTO previstos e que avance com toda uma panóplia de NFT planeados para o universo benfiquista”, diz fonte oficial. FTO significa fan token offering e diz respeito à oferta inicial de uma espécie de criptomoeda própria e dedicada aos adeptos; NFT significa non-fungible token e diz respeito a outro género de criptoativo, geralmente colecionável.

“Esta é uma autorização que está pendente há seis meses e que o Benfica acredita que será liberada em breve por parte do banco central português. Esse é o único obstáculo para colocar em marcha toda a estratégia NFT desenhada para os próximos meses e que deverá arrancar muito em breve. Enquanto tal não acontece, o Benfica continua a trabalhar de forma muito próxima com a Socios.com“, acrescenta a mesma fonte.

O clube estranha, por outro lado, que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Porto tenham “lançado os seus tokens sem autorização” do banco central. Ainda assim, em dezembro, o supervisor tinha assinalado que “o mero lançamento/emissão de tokens não se encontra sujeito a registo junto do Banco de Portugal“.

As declarações de fonte oficial da SAD do Benfica contrariam, assim, a resposta dada ao ECO, em dezembro passado, por fonte oficial do Banco de Portugal. Na altura, o supervisor foi questionado sobre as ambições do Benfica e eventuais exigências regulatórias que estivessem pendentes no seio do banco central e a resposta não dá conta de qualquer processo pendente.

“O mero lançamento/emissão de tokens não se encontra sujeito a registo junto do Banco de Portugal, nos termos da alínea mm) do n.º 1 do artigo 2.º e do artigo 112.º-A, ambos da Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto”, disse fonte oficial. A mesma fonte remeteu para uma página no portal do Banco de Portugal onde está descrito que carecem de registo atividades como “serviços de troca entre ativos virtuais”, serviços de “transferência de ativos virtuais” e de custódia e administração, “quando exercidas em território nacional”.

A lista de entidades registadas que exercem atividades com ativos virtuais não conta nem com a Socios.com nem com o Benfica. O ECO fez novo contacto junto do Banco de Portugal, nomeadamente acerca destas alegações por parte do clube, no sentido de averiguar que processo pode estar pendente de autorização. E não recebeu uma resposta até à publicação desta notícia.

O facto é que o fan token do Benfica não seria o primeiro em Portugal, nem o primeiro a ser lançado no país pela Socios.com. A FPF lançou o fan token da Seleção Nacional nesta mesma plataforma em setembro de 2021 e o Porto lançou o respetivo fan token ainda em 2020, noutra plataforma, a Binance.

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