Alemanha adia votação da UE sobre proibição de carros com motor de combustão

É necessária uma decisão unânime do Conselho Europeu para ser proibida a venda de automóveis novos a combustão. Alemanha defende recurso a combustíveis sintéticos.

Falta apenas o voto dos 27 membros do Conselho Europeu para se confirmar a proibição da venda de carros novos a combustão a partir de 2035 na União Europeia (UE). Contudo, a abstenção da Alemanha levou ao adiamento da discussão e ratificação desta medida, refere a agência AFP. O documento iria a votos na próxima terça-feira, depois de o Parlamento Europeu ter aprovado a proposta da Comissão Europeia em meados de fevereiro.

Com a abstenção da Alemanha não há maioria qualificada suficiente para aprovar a medida. Segundo as regras europeias, as propostas apenas obtêm “luz verde” se tiverem o voto a favor de 55% dos estados-membros que representam, pelo menos, 65% da população da UE. No passado, Itália e Polónia manifestaram-se mesmo contra a medida. A Bulgária pretendia abster-se, acompanhando a posição da Alemanha.

Na terça-feira, o Governo alemão já tinha dito que não iria apoiar a medida, após não obter garantias para uma isenção dos combustíveis sintéticos. O Parlamento aprovou a proposta do pacote “Fit for 55”, que prevê emissões nulas de dióxido de carbono dos novos automóveis de passageiros e veículos comerciais ligeiros em 2035 — um objetivo para a frota da UE de reduzir em 100% as emissões de CO2 produzidas pelos novos carros e furgonetas relativamente a 2021.

A Alemanha é um países que pediram à Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, que criasse uma isenção para carros que queimam combustíveis sintéticos, argumentando que estes podem ser produzidos utilizando energia renovável e carbono captado do ar, para que não sejam lançadas mais emissões que alteram o clima na atmosfera. O ministro dos Transportes alemão, Volker Wissing, referiu que a Comissão Europeia não fez nenhuma proposta e que, por isso, a Alemanha irá abster-se de apoiar a proibição que está a ser preparada pela UE.

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