BRANDS' ECO Devagar e bem

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  • 3 Março 2023

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras acompanha a sua comunidade, desde 1915, na sua tarefa de inclusão económica e social.

A 16 de janeiro de 2023, Cátia Rocha, do jornal Observador escrevia “A cadeia holandesa Jumbo está a apostar em “caixas lentas” em algumas lojas, uma iniciativa para quem não tem pressa e prefere ser atendido com tempo e muita conversa”.

E logo acrescentava “O conceito, em holandês kletskassa, pode traduzir-se por caixa para conversar. A Jumbo explica ao [jornal] El País que tudo começou em 2019 e, neste momento, há já 123 filiais que têm este tipo de caixa no país e mais três na Bélgica”, contextualizando que “se trata de uma empresa familiar e também de uma cadeia de lojas, que tem um papel importante na sociedade como lugar de encontro para muitos. Os nossos empregados conhecem os clientes e veem-nos com regularidade, algo que possibilita aperceberem-se de sinais de que os clientes se possam sentir sozinhos”, ou seja, do valor da solidariedade e do humanismo.

O “homem económico”, na busca do imediato, pode responder de forma eficaz aos interesses externos, designadamente a sua comunidade. Mas, em regra, mais cedo ou mais tarde, o chão começa a mover-se – começamos a imaginar que estamos a perder o nosso sentido de equilíbrio. Se, para analisar o ambiente externo, fizermos a transformação simples e comum do conceito de “interesse individual” para o conceito de “parte interessada”, então há uma implicação de “responsabilidade social corporativa” que pode ir além das orientações fornecidas pelos sinais de mercado e pela legislação em vigor. A aceitação de tal responsabilidade corporativa implica o reconhecimento dos direitos legítimos dos outros, de saber o lugar e o tempo das coisas.

Existem diversas formas de responder a esse desiderato. Uma é a através de organizações de pessoas, sob a forma de cooperativas, que respondem a diferentes necessidades e aspirações socioeconómicas (que são uma espécie de necessidade) dos seus membros e clientes mais particularmente preocupados com o seu trabalho, negócios, produção agrícola, consumo de bens essenciais, habitação, crédito, etc.

A necessidade de fundos para a realização de uma atividade económica (produção) e de apoio ao investimento são o motor do crescimento desde a revolução industrial. Os bancos cooperativos apareceram no século XIX, na Alemanha rural, para satisfazer as necessidades financeiras dos agricultores e artesãos pobres, e no processo de os ajudar a sair da economia semi-formal, criando assim bases fortes para a eventual industrialização da Alemanha. E ainda hoje na Alemanha, na França, na Áustria, na Holanda, entre outros países, sob diferentes modelos de associação e cooperação, mas, sempre, sem perder a identidade de independência e de trabalho, a banca cooperativa tem posições de liderança nos seus setores.

As cooperativas devido à sua capacidade de satisfazer a necessidade socioeconómica mais fundamental de crédito e outros serviços financeiros, os bancos cooperativos tornaram-se esteios do desenvolvimento regional através dos seus elevados índices de capitalização (não distribuem dividendos) e capilaridade.

O facto de emprestarem principalmente a indivíduos e a PME, e assim permanecerem profundamente enraizados na “economia real”, e nas suas comunidades, distribuem e monitorizam de modo adequado o risco. E são, não raras vezes, a única alavanca financeira para a necessidade fulcral de crédito onde os outros operadores globais financeiros consideram como “mercado marginal” e de pouca rentabilidade.

Analisam, decidem e monitorizam o risco porque essa é a sua fonte de valor. A sua comunidade é o seu habitat; os seus vizinhos são os seus clientes; os seus idosos são os seus familiares.

"A Caixa Agrícola Mútua de Torres Vedras, desde 1915, sempre foi o banco da sua comunidade, propriedade dos membros inseridos na sua comunidade, e com tempo e saber para ver e ouvir as suas partes interessadas. Como instituição financeira centenária temos história. E fizemos história. Ao termos nascido na base da pirâmide social, cuidamos de tudo com muito carinho e respeito, porque sabemos o valor de cada passo, de cada decisão. E de cada pessoa. Devagar queremos chegar bem a cada membro da nossa comunidade que nos saiba e queira receber. Assim o queremos fazer.”

Manuel José Guerreiro, Presidente do Conselho de Administração da Caixa Agrícola de Torres Vedras e Vice-Presidente da Federação Agrimútuo

 

 

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