Seguradoras americanas podem perder mais de 800 milhões com SVB
A indústria seguradora americana pode enfrentar até 800 milhões de dólares em perdas de investimentos do banco extinto Silicon Valley Bank, escreve publicação Intelligent Insurer.
A indústria seguradora americana pode enfrentar até 800 milhões de dólares em perdas de investimentos no banco falido Silicon Valley Bank, segundo a publicação especializada Intelligent Insurer.
Mas a maioria dos bancos dos E.U.A. está segurada pela Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), uma agência governamental que existe desde a Grande Depressão. As contas no Silicon Valley Bank foram seguradas pelo FDIC – até 250 mil dólares.
Um recente registo regulamentar revela que cerca de 90% dos depósitos não tinham seguro em dezembro de 2022. O FDIC diz que é “indeterminado” quantos depósitos não estavam segurados quando o banco fechou.
Em resposta ao colapso, o FDIC criou uma nova entidade, o Deposit Insurance National Bank of Santa Clara, para todos os depósitos segurados para o Silicon Valley Bank, nesta segunda-feira. Os clientes que tinham depósitos não segurados receberão um dividendo adiantado e um pequeno certificado, mas não é uma garantia de que receberão a totalidade do capital.
O trabalho do FDIC é obter o montante máximo dos ativos do Silicon Valley Bank. Isso pode acontecer através de duas vias. Uma é que outro banco adquira o SVB, obtendo os depósitos no processo. Na melhor das hipóteses, essa aquisição significa que todos recebem todo o seu dinheiro. E esse é o melhor cenário possível, não só para todos os que querem receber o seu salário a tempo, mas também porque a maior missão do FDIC é assegurar a estabilidade e a confiança do público no sistema bancário dos E.U.A..
Se a aquisição não acontecer, o FDIC avalia, vende os ativos associados ao Silicon Valley Bank durante um período de semanas ou meses, com os lucros a irem para os depositantes. Os depósitos não segurados estão no topo da escala de reembolso, atrás apenas das despesas administrativas e dos depósitos segurados. Assim, mesmo que uma venda não aconteça em breve, as probabilidades são altas de os clientes recuperarem o seu dinheiro.
O financiamento para tudo isto vem, por enquanto, do Fundo de Seguro de Depósitos do FDIC, que, afirmou, protegerá todos os depositantes da instituição. Embora isso deixe de fora os acionistas e “certos” detentores de dívidas sem garantia, significa que os clientes do banco podem, na sua maioria, retomar os negócios.
Joe Biden comentou a situação numa tentativa de tranquilizar o público, e disse que os fundos do Silicon Valley Bank ainda “estariam lá quando precisasse deles” sem exigir um salvamento financiado pelos contribuintes. O dinheiro utilizado não provém dos impostos, mas sim dos prémios de seguros pagos pelos bancos, e dos juros ganhos sobre o dinheiro investido nas obrigações do governo dos EUA, de acordo com o FDIC.
Nesta segunda-feira, o Wall Street Journal relatou que funcionários do FDIC disseram aos senadores que planeiam tentar leiloar novamente o banco fechado. Segundo o WSJ, declarar o fracasso do banco “uma ameaça ao sistema financeiro” permite agora alguma flexibilidade extra que não existia antes.
O regulador financeiro suíço FINMA disse, nesta segunda-feira, que estava a tentar identificar quaisquer riscos potenciais de contágio para os bancos e seguradoras do país após os colapsos do Silicon Valley Bank e do Signature Bank (SBNY.O).
O Bundesbank alemão reuniu a sua equipa de crise, no mesmo dia, para avaliar as possíveis consequências do colapso do SVB no mercado local, mesmo não estando prevista qualquer ação de emergência na Europa.
O Banco da Inglaterra facilitou uma venda privada do braço britânico do SVB para o HSBC, que protegeria os depósitos sem o apoio do contribuinte.
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