Câmara de Lisboa aprova loja da Mercadona no Lumiar, a primeira na capital portuguesa
Retalhista espanhola garante primeiro espaço na capital para a construção de um supermercado. Edifício na Quinta do Lambert terá dois pisos e uma área comercial de 3.422 metros quadrados.
Está dado o primeiro passo para a abertura de um supermercado da Mercadona na cidade de Lisboa. A autarquia liderada por Carlos Moedas aprovou esta quarta-feira por maioria um “parecer favorável condicionado de pedido de informação prévia para viabilidade de obras de alteração” num espaço comercial localizado na Quinta do Lambert, na freguesia do Lumiar.
De acordo com a proposta submetida à Câmara de Lisboa pela Irmãdona Supermercados, em março de 2021, a retalhista de origem espanhola pretende fazer obras de ampliação nos pisos -1 e 0 de um edifício destinado a comércio e serviços – “essencialmente obras interiores” e sem mexer no número de pisos –, que ficará com uma área comercial de 3.422 metros quadrados, além de construir uma rotunda para acesso à loja.
Votada em reunião de Câmara, a proposta colheu os votos favoráveis do PS, da coligação de direita Novos Tempos, do Livre e dos deputados Rui Franco e Floresbela Pinto. O PCP e o Bloco de Esquerda votaram contra.
O parecer favorável à realização das obras neste imóvel que abrange as ruas Agostinho Neto e Amílcar Cabral está condicionado à “formalização subsequente de dois pedidos de licenciamento – um para as alterações ao edifício e outro para as obras de urbanização necessárias” e à “dispensa da cedência de áreas para espaços verdes e de utilização coletiva e equipamentos de utilização coletiva, mediante o pagamento da devida compensação urbanística, por se tratar de operação de impacto relevante ou semelhante a loteamento”.
Efetivamente faz parte dos estudos que levamos a cabo em todo o país, com o objetivo de prosseguir com o plano de expansão.
Contactada pelo ECO, fonte oficial da Mercadona respondeu que este espaço junto ao Estádio de Alvalade “efetivamente faz parte dos estudos que [leva] a cabo em todo o país, com o objetivo de prosseguir com o plano de expansão”. Não confirma, porém, que esta venha mesmo a ser a primeira loja a abrir na capital portuguesa, nem indica uma estimativa para o arranque das obras ou de data para a abertura ao público.
Depois das dez aberturas concretizadas no ano passado (entre as quais a primeira no distrito de Lisboa, em Oeiras), o que elevou para 39 o número total de espaços em Portugal – o primeiro a ser inaugurado deste lado da fronteira, em julho de 2019, foi em Canidelo, Vila Nova de Gaia –, a empresa de Valência prevê acrescentar mais uma dezena de lojas em 2023. Mercês (Sintra), Alverca, Torres Vedras, Massamá (Sintra), Corroios (Seixal) e Figueira da Foz são as localizações já confirmadas.
A companhia, que no último trimestre de 2022 ultrapassou o Minipreço no ranking do retalho alimentar em Portugal, onde já emprega 3.500 pessoas, conta investir este ano mais 280 milhões de euros em Portugal. Este montante inclui a expansão da rede de lojas e a construção de um bloco logístico em Almeirim, que deverá entrar em funcionamento em 2024 e que vai suportar os planos de crescimento no sul do país.
A Mercadona fechou o ano passado com um volume de vendas de 737 milhões de euros no mercado português, o primeiro de internacionalização da cadeia, uma subida de quase 78% em termos homólogos. Apesar da evolução positiva das receitas, a operação é ainda deficitária. “Em 2022 perdemos em Portugal 50 milhões de euros – no ano anterior esse valor era de 64 milhões de euros. Em 2024 chegaremos ao equilíbrio”, antecipou o CEO, Juan Roig.
Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, realizada na terça-feira da semana passada, o grupo que lidera o retalho alimentar no país vizinho anunciou ainda ter comprado cerca de 789 milhões de euros a fornecedores portugueses durante o ano passado, e contribuído com 93 milhões de euros em impostos através da Irmãdona Supermercados, que tem sede em Vila Nova de Gaia.
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