Grupo Ageas Portugal mantém lucros e pode oferecer tudo em dividendos

Os negócios ultrapassaram 2 mil milhões de euros em 2022, os lucros líquidos mantiveram-se nos 130 milhões. Tem uma solvência 33% acima da média do setor, pode oferecer tudo em dividendos.

O Grupo Ageas Portugal fechou o ano de 2022 com um volume de negócio de mais de 2 mil milhões de euros, nos Ramos Vida e Não Vida – o que se traduz num resultado líquido de 130 milhões de euros. O Grupo mantém-se o segundo maior do mercado português com uma quota de mercado global de 15,9%. No final de 2022, o rácio de solvência do Grupo Ageas Portugal foi de 267%, o que compara com os 200% apurados pela ASF, enquanto média do setor segurador.

Steven Braekeveldt reforçou a opinião de que “existe uma grande oportunidade em Portugal para os seguros crescerem”.

Steven Braekeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal, afirma que “2022 foi um ano particularmente complexo do ponto de vista socioeconómico, mas conseguimos permanecer ao lado dos portugueses, proporcionando-lhes uma experiência relevante em todas as fases da sua vida”. Durante a apresentação de resultados reafirmou que “existe uma grande oportunidade em Portugal para os seguros crescerem”.

Comentando a solidez transmitida pelo rácio de Solvência de 267%, o CEO afirmou que os acionistas poderão reclamar todos os lucros em dividendos porque o grupo Ageas Portugal tem capitalização suficiente para satisfazer o pedido.

O CEO, que há seis anos lidera o Grupo em Portugal, salientou que o ano também ficou marcado pela inauguração dos novos Edifícios, em Lisboa e no Porto, o lançamento da Pétis, um ecossistema para cães e gatos, e com “iniciativas de apoio à cultura e jovens talentos, literacia financeira, saúde, sustentabilidade, impacto social e, obviamente, a prevenção.”

O ano em curso, com a subida de taxas de juro, pode ser, novamente, uma oportunidade para os seguros de vida financeiros, reconhece Steven Braekeveldt, mas primeiro “os bancos precisam de competir entre eles para surgir uma oportunidade para os seguros aparecerem”. De um modo genérico, o CEO avançou que “precisamos de continuar a implementar a nossa estratégia – Impact24 -, e a reforçar o nosso posicionamento na prestação de serviços, através da criação de novas soluções que vão de encontro às necessidades dos portugueses”, concluiu.

Os grandes números de 2022: Solidez financeira continua a marcar diferença

Em visão consolidada, o Grupo Ageas conta, essencialmente, com o negócio segurador e de pensões através das marcas Ageas Seguros, Ocidental – em parceria com o Millennium bcp-, Médis, Seguro Directo e Fundação Ageas. Tem, fora dos seguros, a Ageas Repara, a Kleya, a Pétis e a Clínica Médis, que – por estarem em fase de investimentos – terão ainda apresentado resultados líquidos de 5 milhões de euros.

A apresentação de resultados do Grupo Ageas Portugal contou, para além de Steven Braekeveldt, com Inês Simões, diretora de relações institucionais, marca e cultura organizacional do Ageas e de Miguel Barata, responsável de planeamento e controlo financeiro do grupo, que revelou os principais indicadores do ano de 2022.

Os Ramos Não Vida, nomeadamente os seguros de bens patrimoniais, de responsabilidade e pessoais, obtiveram um crescimento de prémios de 8,7%, para 893 milhões de euros, com o maior contributo vindo do setor da Saúde, que cresceu 9,3% significando, em 2022, 40% de produção do grupo em Não Vida. Automóvel cresceu 5% e Incêndio 9%, mas Acidentes de Trabalho subiu 14%, para 91 milhões de euros de prémios, 10% da produção nos ramos.

Por canais de distribuição, os corretores registaram um crescimento de 14% para 114 milhões de euros de produção, mas bancassurance e agentes continuam a ter um peso conjunto de 74% nas vendas de seguros Não Vida.

Ainda em Não Vida, em 2022, o grupo manteve o 3º lugar mas cresceu a sua quota para 14,2% do mercado português, sendo o 2º maior em Saúde e o 3º maior em automóvel e incêndio.

O rácio combinado piorou para 89,5%, devido, essencialmente, a um aumento de sinistralidade por via da inflação no aumento de custos com sinistros, pelas intempéries vividas na região de Lisboa em dezembro e por um aumento de frequência de sinistralidade.

O resultado líquido dos ramos Não Vida desceu 3,6% para 53 milhões de euros.

O Ramo Vida – o qual engloba os seguros clássicos, como os de vida-risco, financeiros ou de fundos de investimento, alcançou um volume de prémios de mil milhões de euros, um decréscimo de cerca de 26%. A quota de mercado nacional do grupo no Ramo fixou-se nos 17,1%.

Esta quebra foi justificada pela conjuntura adversa, potenciada pelo efeito económico da inflação e da guerra da Ucrânia. Com este cenário, a desvalorização nos mercados financeiros levaram a um decréscimo na venda de produtos tipo Unit Linked – que compreende os contratos de seguros ligados a fundos de investimento, dificultando a colocação desta tipologia de produto junto dos Clientes.

O resultado líquido no ramo Vida foi de 82 milhões de euros, mais 4,2% que em 2021.

Em Fundos de Pensões, o grupo atua através da Ageas Pensões, sendo líder de mercado com uma quota de 28,4% e apesar de um decréscimo dos montantes geridos de 9,1% (inferior ao registado no mercado de -11,6%).

No final de 2022, o rácio de solvência do Grupo Ageas Portugal foi de 267%, refletindo indiscutível solidez financeira do Grupo.

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