“Não podemos nunca deixar de criar riqueza”, avisa Marcelo para o Governo

Presidente da República usa exemplos do passado para dar recados no presente a António Costa. No 10 de junho, falou da necessidade de "cortar ramos mortos" aos fundos externos "sem investimento".

Em 15 minutos, Marcelo Rebelo de Sousa procurou motivar os portugueses para o futuro mas não perdeu a oportunidade para distribuir recados ao Governo de António Costa. No discurso do 10 de junho, na cidade de Peso da Régua, o Presidente da República deixou o apelo para a necessidade de continuar a criar riqueza e de não perder a oportunidade dos fundos externos.

“Temos um peso no mundo muito muito maior, de longe, do que o nosso território terrestre. No território marítimo e aéreo, a nossa responsabilidade cobre áreas canadianas, norte-americanas e canadianas muitas vezes superiores à nossa superfície terrestre. Mas pergunto: de que nos serve termos essa influência mundial se entre portas sempre tivemos e temos problemas por resolver? Mais pobreza do que riqueza. Mais desigualdade do que igualdade. Mais razões para partir às vezes do que para ficar”, atirou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa não atirou diretamente ao Governo mas os exemplos do passado foram suficientemente compreensíveis para se perceber que havia recados para o Governo de António Costa. Na parte financeira, Marcelo lembrou “as eras em que as finanças estavam certas mas a liberdade, a saúde, a educação, a segurança social ou não existiam ou eram para um punhado de privilegiados“. “Tudo isto foi e às vezes ainda é verdade“, assinalou o Presidente.

Também se falou sobre fundos comunitários, com a história a fazer lembrar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência: “foi longa e penosa a restauração da independência do país. Tal como longas e penosas tinham sidas as insensatas expulsões dos não-cristãos; o delírio do ouro, da pimenta, da prata, antepassados de alguns fundos externos a entrarem e a saírem sem investimento, fixação de gente e de riqueza“.

Com João Galamba a apenas alguns metros de distância, Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos portugueses – e com foco em António Costa – para pegarem “os douros que nos desafiam todos os dias” e os momentos em que é preciso “darmos novo viço ao que disso precisar. Semearmos, plantarmos e podarmos. Cortarmos ramos mortos que atingem a árvore toda”.

Marcelo apelou à resistência dos portugueses e disse mesmo: “não podemos desistir nunca de criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão, distribuindo essa riqueza com mais justiça. Só isso nos permite e permitirá podermos ter e continuarmos a ter projeção no mundo, que é o nosso desígnio nacional. A nossa vocação de sempre”.

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