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Inflação chega ao streaming. Assinaturas estão a pesar mais no bolso dos portugueses

Rafael Ascensão,

Os conteúdos não escapam à inflação. As principais plataformas têm anunciado aumentos de preços que também abrangem o mercado português. Recorde o que ficou mais caro.

Disney+, HBO Max, Spotify e Netflix são alguns dos serviços de streaming que estão a pesar mais no bolso dos subscritores portugueses. A generalidade das plataformas tem aumentado os preços a nível global nos últimos tempos e Portugal não foi exceção, com as empresas a justificarem os incrementos com a inflação e com os investimentos necessários em inovação e na melhoria do serviço e da experiência do utilizador.

Se já se perdeu nestes aumentos, o +M compilou as últimas alterações de preços anunciadas pelas principais plataformas no mercado português.

Disney+

A Disney+ foi o mais recente serviço de streaming a divulgar um aumento de preços em todo o mundo, incluindo em Portugal. Os subscritores vão passar a pagar 10,99 euros mensalmente, em vez dos anteriores 8,99. Na assinatura anual, o preço também aumentou, de 89,90 euros para 109,99.

O valor das subscrições vai assim subir dois euros a partir de 1 de novembro para novos clientes ou a partir de 6 de dezembro para quem já é subscritor.

Recentemente, o serviço de streaming da Disney registou uma perda recorde de 11,7 milhões de subscritores a nível global no segundo trimestre do ano. Face a esse dado, o plano da empresa passa por um aumento de preços e pelo combate à partilha de passwords.

Depois dos EUA, a Disney vai também alargar a modalidade de subscrição com publicidade (com um valor da assinatura mais baixo) ao Canadá e a vários países da Europa. Para já, Portugal não está abrangido.

HBO Max

A assinatura do HBO Max também passou a custar mais dois euros por mês – aumentando de 5,99 para 7,99 euros – a partir do dia 13 de julho, naquele que foi um aumento de 33% na mensalidade, comunicado aos subscritores via email. Para os subscritores que beneficiam da promoção vitalícia da HBO, por terem assinado a plataforma desde a entrada em Portugal, o preço subiu de 3,99 para 5,32 euros.

“Estamos a aumentar o preço mensal face aos maiores custos de aquisições, criação de conteúdo e desenvolvimento de produtos, para que possamos continuar a investir no conteúdo e nos produtos de alta qualidade que procuramos fornecer aos nossos clientes”, justificou a empresa.

Este aumento ocorreu dois meses depois de a Warner Bros. Discovery ter anunciado a fusão dos conteúdos da HBO Max e da Discovery+ num novo serviço de streaming chamado Max. Em Portugal e no resto da Europa a mudança deve materializar-se em 2024.

Amazon Prime Vieo

Há cerca de um ano, foi a Amazon que divulgou um aumento de preços na ordem dos 25%. A assinatura do serviço dá acesso a ofertas exclusivas, a envios rápidos e mais acessíveis e à plataforma de streaming da empresa, o Prime Video.

“Como consequência do aumento da inflação e dos custos específicos do serviço Prime em Portugal, que continuam a aumentar, vamos atualizar o preço do Prime em um euro por mês, de 3,99 para 4,99 euros, e a subscrição anual de 36 para 49,90 euros”, disse ao ECO na altura fonte oficial da Amazon.

Este aumento do serviço ocorreu pouco mais de um ano depois de o serviço ter chegado ao país. O Amazon Prime chegou formalmente a Portugal em maio de 2021, apesar de alguns clientes no país já assinarem o serviço através da Amazon Espanha. O lançamento coincidiu com um período em que a tecnológica norte-americana pôs em marcha uma estratégia específica para o mercado português, com a tradução para português europeu da loja espanhola e a criação de uma área especial para marcas nacionais.

Apple TV+

Quando chegou a Portugal, há cerca de três anos, o serviço de streaming da Apple custava 4,99 euros por mês. No entanto, atualmente, depois de um agravamento de dois euros no seu preço no ano passado, o serviço já pesa em 6,99 euros mensais nos bolsos dos subscritores.

Após ter introduzido o Apple TV+ a “um preço muito baixo, porque este havia começado com apenas alguns programas e filmes”, a marca justificou o encarecimento tendo em conta que, “três anos depois, o Apple TV+ é a casa de uma extensa seleção de séries premiadas e amplamente aclamadas, longas-metragens, documentários e entretenimento infantil e familiar dos contadores de histórias mais criativos do mundo”.

Netflix

Antes disso, em 2021, a Netflix também anunciou um aumento dos seus preços, tendo o plano Standard e o plano Premium encarecido em um euro e dois euros, respetivamente.

O plano Standard, que custava 10,99 euros, passou assim a 11,99 euros. Já o preço do plano Premium que era 13,99 euros aumentou dois euros, para 15,99 euros. O preço do plano correspondente ao serviço base manteve-se nos 7,99 euros.

Na altura a Netflix também esclareceu que o aumento do preçário estava relacionado com a melhoria consistente da qualidade de serviços prestados.

Este serviço também ficou mais caro este ano em Portugal, depois de a Netflix ter dado a conhecer que ia combater a partilha de contas – uma prática usada por muitos utilizadores para dividir a despesa da mensalidade, mas que penalizava as receitas da empresa. Assim, os utilizadores que queiram partilhar conta da Netflix têm de subscrever um dos planos mais caros e somar 3,99 euros à mensalidade.

A Netflix registou uma quebra de mais de 13% no número de subscritores em Portugal no início deste ano, em comparação com o período entre janeiro e abril de 2022. A plataforma com mais adeptos em Portugal lançou também um novo método de subscrição com publicidade, estando o mesmo disponível em 12 países (nos quais Portugal não está incluído). Em maio este novo método de subscrição com publicidade atingiu os cinco milhões de utilizadores.

Spotify

Mas os aumentos não aconteceram só nos filmes e séries. Entre as mais recentes subidas de preços encontra-se também a do serviço de streaming de música Spotify, cujo aumento da assinatura premium em Portugal foi superior a 15%. Isto traduz-se num aumento de mais dois euros mensais na assinatura Premium Família, passando de 11,99 para os 13,99 euros.

Com este aumento, o serviço individual passou assim também a custar 7,99 euros/mês (mais um euro); a assinatura Duo, que dá para duas contas, fixou-se nos 10,49 euros/mês (mais 1,5 euros); e a Estudante nos 4,49 euros/mês (mais um euros).

À data, a subida de preços do Spotify (16,7%) foi de mais do dobro da inflação dos últimos 12 meses em junho (7,8%). Numa mensagem enviada aos clientes, o Spotify afirmou que o aumento da assinatura tinha como objetivo permitir o investimento na inovação e na melhoria da experiência do utilizador.

No início deste ano o Spotify anunciou um corte de 6% no número de funcionários da empresa, o que significa o despedimento de cerca de 600 trabalhadores.

Já em 2021, a mensalidade do plano familiar do Spotify em Portugal tinha também sofrido um aumento de um euro, de 10,99 para 11,99 euros mensais, devido a “fatores macroeconómicos locais”, explicou na altura fonte oficial da empresa ao ECO.

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