Ministério Público de Espanha abre investigação a Luis Rubiales

  • Lusa
  • 28 Agosto 2023

Segundo a Fiscalía, estão abertas "diligências de investigação" e fica aberta a possibilidade de denúncia, por parte de Hermoso, por agressão sexual.

O Ministério Público de Espanha abriu esta segunda-feira uma investigação ao presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, e convidou a jogadora Jenni Hermoso, que diz ter sido beijada pelo dirigente sem consentimento, a apresentar queixa.

Segundo a Fiscalía, estão abertas “diligências de investigação” e fica aberta a possibilidade de denúncia, por parte de Hermoso, por agressão sexual, dado que o beijo na boca, quando entregavam as medalhas pela conquista do campeonato do Mundo feminino na Austrália, “não foi consentido”.

Em concreto, a jogadora foi “informada dos seus direitos como vítima de um alegado delito” e terá agora 15 dias para contactar o MP, estando já aberto uma diligência “pré-processual”, explicaram fontes próximas do processo à agência noticiosa EFE, e ainda não o processo judicial. “O ato sexual sofrido pela jogadora e levado a cabo por Rubiales não foi consentido”, pode ler-se no despacho, assinado por Marta Durántez, que assinala ainda a “importante repercussão pública a nível interno e internacional”.

Rubiales foi entretanto suspenso pela FIFA no último ‘dominó’ de consequências em torno do acontecimento de 20 de agosto, quando, no final do jogo que sagrou a seleção feminina espanhola campeã do mundo de futebol, em Sydney, na altura da entrega dos prémios, Luis Rubiales beijou na boca Jenni Hermoso, enquanto festejavam. Seguiram-se inúmeras críticas ao sucedido, tendo a jogadora afirmado que não tinha consentido o beijo, depois de numa primeira versão ter dito que tudo tinha acontecido num momento de maior euforia.

Depois de vários dias com muitas críticas por diversos setores da sociedade, a RFEF realizou, na sexta-feira, uma Assembleia Geral Extraordinária, na qual era esperado o pedido de demissão de Rubiales, que não o fez. Seguiu-se um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltar a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.

No sábado, a FIFA anunciou a suspensão de Rubiales do cargo por 90 dias, 11 membros da equipa técnica do selecionador, Jorge Vila, apresentaram a demissão, o técnico condenou o “comportamento impróprio” do presidente da RFEF, e o Governo espanhol anunciou uma denúncia ao Tribunal Administrativo do Desporto (TAD).

“Se o TAD iniciar o processo, eu, enquanto presidente do Conselho Superior do Desporto (CSD), tenho o direito de convocar o comité executivo do CSD para pedir a suspensão de Rubiales”, explicou o também secretário de Estado para o Desporto, Victor Francos, durante uma conferência de imprensa em Tarragona.

Victor Francos apelou a que o TAD se reúna “de forma extraordinária” já na segunda-feira. Caso o tribunal considere que as infrações são “muito graves”, então o CSD convocará o seu comité executivo para dar início à suspensão de Rubiales.

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