Porto cresceu mais de o dobro que Lisboa em camas turísticas nos últimos cinco anos

  • Ana Petronilho
  • 3 Setembro 2023

Entre 2018 e 2022, o número de camas turísticas no Porto subiu 30%. Em Lisboa o crescimento ficou em 13%. Hoteleiros apontam para efeitos do tráfego das compahias low cost na Invicta.

Nos últimos cinco anos, entre 2018 e 2022, o Porto cresceu mais de o dobro que Lisboa na oferta de dormidas para os turistas. No ano passado, havia 25.936 camas turísticas na Invicta. Mais 30% face às 19.901 que existiam em 2018.

Em Lisboa, no mesmo período, o crescimento ficou em 13%, com as 59.428 camas em 2018 a subirem para 67.283 em 2022.

Esta é uma das conclusões da análise do ECO com base nos números do INE que analisam os indicadores do turismo. Nestes dados estão incluídas as camas disponíveis nos hotéis e nos alojamentos locais com mais de dez camas, ou seja, hostels e guest houses. O INE exclui dos dados a oferta de camas do alojamento local em casas particulares.

Numa análise mas detalhada, verifica-se que mais de metade da subida de 6.035 camas no Porto em 2022, 4.601 (76%) estão nos hotéis, sendo que as restantes 1.434 novas camas cabem ao alojamento local. E este aumento de camas está ligado ao crescimento novos hotéis e hostels no Porto, em 2022 há mais 43 hotéis que em 2018 e mais 65 estabelecimentos de alojamento local.

Já em Lisboa, em 2022 havia mais 7.855 camas para acolher os turistas que em 2018. Este número é o saldo entre o aumento de 8.508 camas nos hotéis – tendo aberto 56 hotéis na capital neste período – com a redução de 714 camas (menos 5%) no alojamento local, depois de terem fechado 34 estabelecimentos de AL nos últimos cinco anos.

Ao ECO, os hoteleiros explicam este maior crescimento no Porto com o tráfego aéreo, lembrando que “desde que a Ryanair” começou a voar para o aeroporto Francisco Sá Carneiro que se registou um “crescente interesse das companhias de aviação”, o que tem “contribuído decisivamente para o maior interesse dos investidores, nacionais e internacionais, nos últimos anos”.

O mesmo diz ao ECO a consultora especializada em turismo, a Neoturis, que sublinha que o Porto “é um destino turístico relevante internacionalmente há muito menos anos que Lisboa” sendo que “há 20 anos existiam meia dúzia de unidades hoteleiras” no centro da Invicta, com a maioria dos hotéis localizados na área do Campo Alegre/Avenida da Boavista “vocacionados para o turismo de negócios”.

Com a chegada de companhias low cost em 2007/2008, “com rotas de/para muitos destinos novos, o Porto começou a posicionar-se como destino de lazer, caminho interrompido com a crise internacional e retomado a partir de 2012”. E nos “últimos anos da década passada, a abertura de rotas internacionais trouxe nova procura, dando confiança aos investidores para avançarem com novos projetos”.

Já em Lisboa o mercado é mais maduro, tendo sido a capital a dar “o mote em termos de visibilidade internacional”, sendo que “basta pensar no posicionamento da cidade em termos de destino para congressos e no segmento negócios”, remata ao ECO Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP.

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