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TSF? “Apreciamos sinais que o prof. Marcelo tem dado”

ECO, Lusa,

José Paulo Fafe foi nomeado administrador da Global Media em nome de um novo acionista e agradece "sinais de Marcelo" sobre o futuro do grupo que tem a TSF. "Tanto pública, como em privado".

Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a greve na TSF, do grupo Global Media, a primeira em 35 anos e que ‘silenciou’ a rádio, no dia seguinte a gestão executiva do grupo que controla a TSF e jornais com o DN e JN nomeou uma nova diretora, Rosália Amorim, e agora, o administrador executivo, José Paulo Fafe, agradece, em resposta por escrito ao ECO, “os sinais que o Prof. Marcelo tem dado, tanto pública, como em privado, sobre o futuro da Global Media e entrada de novos acionistas”.

Confrontado sobre a greve de 24 horas na TSF, o Presidente da República escusou-se a fazer comentários concretos, mas, ainda assim, acrescentou: “Afetivamente, soube disso e tive pena, porque eu colaborei com a TSF muitos anos e naturalmente tive pena, por ser uma referência importante na rádio portuguesa“, declarou o chefe de Estado, em resposta a perguntas dos jornalistas, em Nova Iorque.

Questionado em concreto sobre a greve de 24 horas dos trabalhadores da TSF, o chefe de Estado considerou que as dificuldades económicas e financeiras da comunicação social são “um problema universal grave e que também chega a Portugal”. “Quando a comunicação social está mal económica e financeiramente, é difícil que esteja bem do ponto de vista de cumprir a sua missão, é mais difícil“, observou.

José Paulo Fafe foi nomeado, há poucas semanas, para o conselho de administração da Global Media, em nome de um novo acionista, a gestora de fundos suíça Union Capital Group (UCAP Group), que comprou uma posição na Páginas Civilizadas, sociedade do grupo Bel que controla o grupo com o JN, DN e TSF. E, sem fazer um comentário direto, deixa uma crítica implícita às palavras de Marcelo. “O Prof. Marcelo, como alguém me dizia com graça há algum tempo, habituou-se a cultivar e ter espalhados na Comunicação Social alguns heterónimos – uns melhores, outros piores. Algo com que o exercício do bom jornalismo não se compadece, e algo com que os novos acionistas da Global Media não podem de todo pactuar. Pertençam esses heterónimos ao Prof. Marcelo, ou a quem quer que seja…”.

O Presidente da República defendeu, nesse comentário indireto à greve na TSF, que a liberdade de imprensa “é fundamental” e “tão importante em democracia, quando as democracias já são tão poucas, que vale a pena preservá-lo”. Marcelo disse que não muda de opinião sobre esta matéria “conforme seja titular de um órgão de soberania ou não”. “Acho que a liberdade de informação que deve superar as queixas, os queixumes, os agravos, as sensibilidades que as pessoas possam ter. Nunca fui defensor que responsáveis políticos recorressem a meios jurisdicionais ou outros quando está em causa o exercício, goste-se ou não se goste, da liberdade de imprensa“, referiu.

“Quem como eu conhece o Prof. Marcelo desde há 40 anos, sabe bem do fascínio e do irreprimível apetite que o atual Presidente da República sempre possuiu pelos media”, refere José Paulo Fafe, nesta nota por escrito. E acrescenta: “Apreciamos obviamente os sinais que o Prof. Marcelo tem dado, tanto pública, como em privado, sobre o futuro da Global Media e entrada de novos acionistas, até porque revela a atenção que o Presidente da República dedica ao setor. Como, estou certo, o Prof. Marcelo vai também apreciar o rumo e projeto sólido e sustentado que este grupo vai desenvolver, tanto em Portugal, como em todo o mercado da Língua Portuguesa“.

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