Empresa de Évora manda trabalhadoras para casa por falta de trabalho

  • Lusa
  • 27 Setembro 2023

A Metalorigor mandou para casa 20 trabalhadoras na passada sexta-feira, depois da deslocalização de uma linha de produção da multinacional TE Connectivity, da qual é fornecedora.

Uma empresa fornecedora da multinacional TE Connectivity em Évora mandou para casa as trabalhadoras, por falta de trabalho, devido à deslocalização de uma linha de produção, revelou esta quarta-feira o coordenador da união de sindicatos.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da União de Sindicatos do Distrito de Évora (USDE), Tiago Aldeias, indicou que a Metalorigor, também com instalações na cidade, mandou para casa 20 trabalhadoras, na passada sexta-feira. “Tendo ficado sem o trabalho da TE Connectivity, que, desde sempre, foi o motivo da sua existência, a Metalorigor mandou as trabalhadoras para casa, por não ter trabalho para lhes dar e não haver perspetiva de voltar a ter trabalho”, afirmou.

Segundo o dirigente sindical, a multinacional deixou de atribuir trabalho à Metalorigor na sequência da sua decisão de transferir uma linha de produção da fábrica de Évora para outra unidade no estrangeiro. “As 20 trabalhadoras estão em casa e a empresa passou-lhes um documento a solicitar que fiquem em casa até ao final do mês para que possa tentar encontrar uma solução, mas, do nosso ponto de vista, não há uma solução à vista”, referiu.

Tiago Aldeias realçou que a TE Connectivity não tem perspetivas de voltar a atribuir trabalho à Metalorigor e que esta empresa não tem outros clientes, defendendo que a multinacional tem a obrigação de garantir uma solução para estas trabalhadoras. “A TE Connectivity está a negociar com alguns trabalhadores” rescisões de contratos, “pagando indemnizações e garantindo os direitos, e a integrar outros noutras linhas da fábrica, mas a Metalorigor não tem alternativa”, acrescentou.

O coordenador da USDE disse ainda já ter pedido reuniões às administrações da fábrica de Évora da TE Connectivity e da Metalorigor e à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) para que se encontre uma solução para as trabalhadoras.

Na reunião de câmara do dia 13 deste mês, o presidente do município, Carlos Pinto de Sá, revelou que a administração da TE Connectivity o tinha informado de que ia transferir uma linha de produção para o estrangeiro, devido à redução do mercado de relés. “Perguntei qual era o número de trabalhadores afetados e disseram-me que pensavam conseguir manter nas outras unidades os trabalhadores que, por ventura, fossem dispensados desta linha de produção”, notou, então, o autarca.

Esta fábrica, que abriu há mais de 50 anos pela ‘mão’ da alemã Siemens, produz componentes eletrónicos e emprega cerca de 2.000 trabalhadores. A Lusa contactou a Metalorigor e a fábrica da TE Connectivity, mas ninguém das respetivas administrações esteve disponível para prestar esclarecimentos.

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