Ataque aéreo mata 500 pessoas em hospital de Gaza
O ataque ao hospital Al-Ahli na Cidade de Gaza, caso se confirme o número de vítimas, será o mais mortífero bombardeamento nas cinco guerras que foram travadas desde 2008.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo movimento Hamas, disse esta terça-feira que pelo menos 500 pessoas foram mortas num ataque aéreo israelita a um hospital onde se encontravam civis feridos e em busca de abrigo. Este ataque ao hospital Al-Ahli na Cidade de Gaza, caso seja confirmado o número de vítimas, será o mais mortífero bombardeamento aéreo nas cinco guerras que foram travadas desde 2008.
As imagens divulgadas do hospital Al-Ahli mostravam um enorme incêndio rodeando as fachadas do edifício, vidros estilhaçados e corpos, muitos deles desmembrados, espalhados por toda a zona. O ministério referiu que pelo menos 500 pessoas foram mortas.
Diversos hospitais da Cidade de Gaza tornaram-se local de refúgio para centenas de pessoas, na esperança de serem poupados aos contínuos bombardeamentos e após Israel ter ordenado a todos os residentes da cidade e áreas circundantes que se retirassem para o sul da Faixa de Gaza, e que diversas organizações internacionais consideraram impossível de concretizar por envolver mais de um milhão de habitantes.
O exército israelita (IDF) atribuiu, entretanto, à Jihad Islâmica o ataque que atingiu hospital em Gaza. “De acordo com informações de inteligência, baseadas em diversas fontes que obtivemos, a Jihad Islâmica é responsável pelo ataque fracassado de foguetes que atingiu o hospital”, indicou em comunicado. O próprio líder israelita, Benjamin Netanyahu, classificou o ataque de “barbárie terrorista” e recusou que tenha sido o IDF.
Na Faixa de Gaza, e o conflito entre o Estado judaico e as milícias do enclave iniciado em 07 de outubro já provocou pelo menos 3.000 mortos entre a população palestiniana, segundo dados do ministério da Saúde, que se refere a mais de 12.500 feridos.
Na Cisjordânia ocupada, as forças israelitas já mataram pelo menos 50 palestinianos, para além de centenas de feridos e pelo menos 200 detenções. O ataque surpresa do Hamas, a 7 de outubro, terá provocado em Israel mais de 1.400 mortos, na maioria civis.
Presidente da Palestina cancela reunião com Joe Biden
O presidente da Autoridade Palestiniana cancelou a participação numa reunião agendada para quarta-feira com o presidente norte-americano, Joe Biden, e outros líderes do Médio Oriente, após um ataque a um hospital em Gaza, disse um alto funcionário palestiniano.
Mahmoud Abbas deveria juntar-se ao rei Abdullah II da Jordânia e ao presidente egípcio Abdel Fattah el-Sissi na cimeira de quarta-feira em Amã, na Jordânia, para discutirem com o presidente dos EUA a atual guerra entre Israel e o Hamas.
Contudo, fonte ligada à Autoridade Palestiniana disse que Mahmoud Abbas estava a retirar-se, em protesto contra um alegado ataque aéreo israelita a um hospital em Gaza que, segundo as autoridades de saúde do Hamas, matou mais de 500 pessoas.
Na região multiplicam-se as condenações ao atentado e, em várias cidades, assiste-se a concentrações de milhares de pessoas junto a consulados e embaixadas de Israel em resposta ao pedido de levantamento dos muçulmanos pelo Hamas.
O rei da Jordânia, Abdullah, classificou o bombardeio de “massacre” e “crime de guerra”sobre o qual não pode ficar silencioso. Já o chefe da diplomacia saudita condenou o “crime hediondo”.
O presidente da Turquia também recorreu ao X para deixar apelos de fim à guerra. “Apelo a toda a humanidade para que tome medidas para pôr termo a esta atrocidade sem precedentes na história”, afirmou Recep Tayyip Erdogan, a propósito do bombardeamento por Israel do Hospital Batista Al-Ahly em Gaza.
“Atacar um hospital onde se encontram mulheres, crianças e civis inocentes é o mais recente exemplo dos ataques de Israel desprovidos dos valores humanitários mais básicos. Apelo a toda a humanidade para que tome medidas para pôr termo a esta atrocidade em Gaza, sem precedentes na história”, afirmou o presidente Erdogan na sua mensagem.
Na União Europeia, que reuniu em cimeira, o presidente do Conselho Europeu defendeu que é necessário “fazer tudo o que é possível” para evitar o alastramento do conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas a toda a região do Médio Oriente.
Presente na reunião esteve António Costa que no final do encontro partilhou na rede social X (ex-Twitter) que o bloco europeu está alinhado no “direito de Israel se defender”.
Posição igualmente defendida pelo homólogo alemão Olaf Sholz que na mesma rede social escreveu que o Estado de Israel “tem o direito de proteger os seus cidadãos” do “terror brutal”.
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(notícia atualizada às 21h44)
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