Suécia reporta danos em cabo de telecomunicações. É o segundo incidente numa semana
“Não se trata de uma rutura total do cabo. Há um dano parcial neste cabo” que liga Suécia à Estónia, disse ministro sueco. Na semana passada, um gasoduto finlandês foi sabotado.
A Suécia reportou esta terça-feira danos parciais a um cabo submarino de telecomunicações no Mar Báltico para a Estónia, que as autoridades acreditam terem sido simultâneos a danos a um gasoduto e um cabo da Finlândia para o mesmo país. Na semana passada, a Finlândia iniciou uma investigação sobre uma possível sabotagem, depois de relatar danos no seu gasoduto para a Estónia.
O ministro sueco da Defesa Civil, Carl-Oskar Bohlin, disse que os danos no cabo entre a Suécia e a Estónia parecem ter acontecido ao mesmo tempo, mas não é clara a sua origem. “Não se trata de uma rutura total do cabo. Há um dano parcial neste cabo”, disse Bohlin, acrescentando que não está em condições para avaliar as causas do dano.
O Ministério da Economia da Estónia informou que a interrupção no cabo de propriedade sueca ocorreu em território estónio, a cerca de 50 quilómetros da ilha de Hiiumaa, no norte da Estónia, tendo o serviço sido restaurado ao fim de alguns dias. O ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, explicou que a polícia, os militares e a guarda costeira do seu país estão em contacto com os seus homólogos estónios sobre o assunto.
“Assumimos a questão da segurança das nossas infraestruturas críticas como uma alta prioridade e levamos esta situação a sério”, disse Pal Jonson, não dando indicações sobre quem ou o que terá provocado os danos. Os operadores do sistema de gás finlandês e estónio afirmaram no domingo que notaram uma queda invulgar na pressão no gasoduto Balticconnector, após a qual interromperam o fluxo de gás.
O Governo finlandês disse esta terça que houve danos tanto no gasoduto como num cabo de telecomunicações entre os dois países da NATO. Na sexta-feira, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, falou sobre a relevância destas infraestruturas de cabos de telecomunicações para o tráfego de dados. “Vivemos numa época em que as infraestruturas civis também estão muito ameaçadas”, disse Kristersson.
“É também uma lição muito clara aprendida com a Ucrânia, sobre a importância de atacar infraestruturas que servem para abastecimento de energia, abastecimento de alimentos, abastecimento de água.” Os incidentes ocorrem pouco mais de um ano depois de os gasodutos Nord Stream – que ligam a Alemanha e a Rússia, no Mar Báltico – terem sido danificados por explosões que se acredita terem sido um ato de sabotagem.
No total, quatro fugas foram descobertas no Nord Stream 1 e 2, em 26 e 27 de setembro, respetivamente. Duas das fugas ocorreram na zona económica sueca, a nordeste da ilha dinamarquesa de Bornholm, e dois na zona económica dinamarquesa, a sudeste de Bornholm, e ocorreram fora das águas nacionais. As medições sísmicas suecas e dinamarquesas mostraram que as explosões ocorreram algumas horas antes das fugas serem descobertas. As explosões foram consideradas um ato de sabotagem pela Suécia e pela Dinamarca.
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