BRANDS' ECO No centro da estratégia da Madeira
Confesso a minha genuína admiração pela inteligência e pelo alcance da estratégia de longo prazo da Região Autónoma da Madeira na conceção, desenvolvimento e promoção do CINM ao longo destes anos.
Não é apenas pelo facto de a dita estratégia ter permitido diversificar estruturalmente a morfologia económica da Madeira, construindo em cima de um posicionamento diferenciador do seu turismo de qualidade e de outras fileiras laterais ou adicionais.
Não é apenas por se ter sabido construir um regime competitivo devidamente acordado com a União Europeia de forma transparente e com base na ordem jurídica nacional e europeia, sob o escrutínio permanente e saudável da Comissão Europeia.
Não é apenas pelo facto de os resultados falarem por si ao evidenciarem uma enorme adesão nos três eixos estratégicos daquele “modelo de negócio” bem conseguido: quer na zona franca industrial, onde estão instaladas cerca de 50 empresas dos mais variados setores (que vão da produção e transformação ao armazenamento e distribuição orientados quer para o mercado externo quer para o doméstico) na área alimentar, farmacêutica e cosmética, telecomunicações, biotecnologia e indústria química, reciclagem e engenharia etc.
Quer, ainda, as cerca de 1500 empresas na área de serviços internacionais ligadas a subsetores tão diversos como a consultoria, a gestão de ativos, o trading, o cluster de desenvolvimento de software, novas tecnologias, inteligência artificial, comércio eletrónico etc
Quer, por fim, a mais recente área de registo internacional de navios, que permitiu, num relativamente curto espaço de tempo, angariar cerca de 900 embarcações de armadores de dimensão que passam a constituir uma interessante marinha mercante com expressão digna de nota.

Não é também e apenas pelo Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) ser responsável por um importante contributo para a geração de receita fiscal da Região Autónoma da Madeira (RAM), trazendo assim à sua comunidade uma fonte fundamental de sustentabilidade orçamental e financeira, para além da criação de mais de 3500 empregos qualificados diretos com base numa malha de projetos e empresas com assinalável Valor Acrescentado Regional.
E acreditem que certamente não o afirmo por ter sido convidado há poucos meses para ser Presidente da Assembleia Geral da SDM. Tal aspeto apenas me permitiu reforçar a firme opinião, que já tinha desde os tempos em que fui Presidente da Aicep, de que estamos perante um exemplo extremamente interessante de captação de investimento e de fomento da internacionalização.
É mesmo, e acima de tudo, porque o Centro Internacional de Negócios (em particular) e a Madeira (em geral) são um caso notável, a nível nacional, e mesmo europeu, de como se desenha e se implementa uma estratégia de fundo de posicionamento internacional e de crescimento sustentável.
Se atentarmos bem, a Madeira tem hoje um modelo e uma estratégia muito consistente e ambiciosa que, de forma integrada e focada, lhe permite fomentar as exportações, apostar na internacionalização, atrair investimento externo, captar e reter talento, integrar serviços de alta tecnologia com indústria inovadora, ser um gigante do turismo e do hospitality: tudo com base num modelo arrojado de competitividade fiscal e de agilidade em termos de decisão sem burocracia desnecessária.
Ora isso é exatamente a “proposta de valor” que uma economia moderna, nomeadamente no espaço europeu, deve encarnar e assumir.
Pedro Reis, Presidente da Assembleia Geral da SDM
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