China vai continuar desenvolvimento pacífico, garante Xi Jinping
O Presidente da China disse que o país vai continuar a "manter-se no caminho do desenvolvimento pacífico" para "melhorar a vida do povo chinês" e defendeu pontes com os EUA.
O Presidente da China disse que o país vai continuar a “manter-se no caminho do desenvolvimento pacífico” para “melhorar a vida do povo chinês e não [para] substituir ninguém”.
Xi Jinping sublinhou a vontade da China de “trabalhar em conjunto” para alcançar mais resultados na cooperação na região Ásia-Pacífico, durante um discurso proferido na cerimónia de encerramento da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na sexta-feira, em São Francisco, nos EUA.
O líder chinês apelou à criação de “uma comunidade aberta, dinâmica, resiliente e pacífica” naquela região, para a qual propôs a aposta em áreas como a inovação tecnológica, a abertura económica e a integração regional, o desenvolvimento verde e a redução das desigualdades.
Xi apelou a esforços conjuntos para “criar em conjunto mais 30 anos dourados” para a região da Ásia-Pacífico.
Os presidentes das duas maiores potências económicas do mundo tiveram esta semana um encontro há muito esperado, após um ano sem contactos, numa altura em que ambos procuram estabilizar a relação bilateral, que tem estado tensa nos últimos anos.
Xi Jinping defendeu a “construção de pontes” com os EUA e garantiu que a China está pronta para ser “um parceiro e um amigo” da nação norte-americana com base nos princípios fundamentais do respeito e da coexistência pacífica.
No encontro, que durou cerca de quatro horas, concordaram em retomar as comunicações militares e, de acordo com a Casa Branca, chegaram a um acordo para que a China controle os precursores químicos utilizados no fabrico do fentanil, opiáceo que mata cerca de 200 norte-americanos por dia.
Além disso, as duas nações revelaram que estão empenhados em manter novas negociações comerciais no próximo ano, declarou já este sábado o Departamento do Comércio dos EUA, apesar das tensões que permanecem entre as duas potências.
“Durante a reunião, os dois responsáveis [Xi e Biden] discutiram os avanços do grupo de trabalho sobre as questões comerciais e acordaram reencontrar-se no início de 2024”, adiantou o Departamento do Comércio dos EUA em comunicado, citado pela AFP.
Estes avanços, no entanto, foram manchados quando o próprio Biden voltou a chamar ditador a Xi — como tinha feito em junho — durante a conferência de imprensa no final do encontro com o homólogo chinês.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China considerou as observações de Biden “extremamente erradas” e “um ato político irresponsável”, reiterando que as “únicas opções corretas” na relação bilateral são o diálogo e a cooperação.
Durante a estada em São Francisco, Xi defendeu a “construção de pontes” com os EUA e garantiu que a China está pronta para ser “um parceiro e um amigo” da nação norte-americana com base nos princípios fundamentais do respeito e da coexistência pacífica.
O líder chinês assegurou ainda que o país “está feliz por ver uns EUA confiantes, abertos, em constante crescimento e prósperos”, embora tenha acrescentado esperar que Washington “dê as boas-vindas a uma China pacífica, estável e próspera”.
Xi também aproveitou a cimeira da APEC para demonstrar a influência na região, mantendo um encontro com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e para aprofundar os laços com os parceiros latino-americanos, especialmente aqueles que se queixam de que Washington relegou a região para segundo plano, face às guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.
No primeiro dia da cimeira, o presidente chinês encontrou-se com os homólogos do México, Andrés Manuel López Obrador, e do Peru, Dina Boluarte, para reiterar a vontade de reforçar os laços comerciais.
Dos dois encontros, Xi recebeu um convite para visitar o México nos próximos meses e o Peru, quando este país acolher a cimeira dos líderes da APEC no próximo ano.
Criada em 1989, a APEC reúne 21 territórios asiáticos e americanos que fazem fronteira com o oceano Pacífico: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Singapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos e Vietname.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
China vai continuar desenvolvimento pacífico, garante Xi Jinping
{{ noCommentsLabel }}