“Tenho a consciência absolutamente tranquila”, diz António Costa
Sem tomar partido de qualquer candidato, o ainda primeiro-ministro mostrou-se disponível para ajudar o próximo líder do partido PS e defendeu o trabalho feito pelos seus governos.
No decorrer a reunião da Comissão Nacional do Partido Socialista (PS), o secretário-geral do partido e primeiro-ministro demissionário afirmou que a melhor solidariedade que o seu partido pode dar em relação à sua situação pessoal é uma vitória nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março.
Aos socialistas, António Costa disse que tem “a consciência absolutamente tranquila” em relação a todas as suspeitas que se levantaram sobre si, no seguimento do processo de investigação do Ministério Público sobre negócios relacionados com a área de energia e que levaram à sua demissão a 7 de novembro.
Esta posição, segundo fontes socialistas, foi transmitida no discurso inicial que António Costa proferiu à porta fechada perante a Comissão Nacional do PS, durante o qual não se referiu ao processo judicial que o envolve e que causou a sua demissão das funções de primeiro-ministro na semana passada.
À saída da reunião, o primeiro-ministro disse aos jornalistas que, segundo a sua interpretação do segundo comunicado da Procuradoria-Geral da República, “é um processo que, seguramente, demorará muito e muito tempo”, sublinhando ainda que “se for diferente, ficarei a saber pela comunicação social, que é o meio de comunicação que a Justiça tem tido comigo.”
Focando também a necessidade de o PS se abstrair do caso judicial, António Costa referiu que a missão do PS é “aproveitar este debate interno para renovar ideias, corrigir erros, inspirar-se nas coisas boas que também aconteceram, e apresentar-se aos portugueses de forma unida e capaz de assegurar uma vitória nas eleições de 10 de março.”
O primeiro-ministro reforçou ainda que “o que cabe ao PS não é intrometer-se no tempo da Justiça, mas é considerar-se no tempo dos portugueses” que, segundo António Costa, “é o tempo que exige resposta aos problemas que estão em curso num cenário internacional que é muito pesado e que em tudo recomendava que tivesse havido bom senso em não desencadear esta crise política, mas uma vez desencadeada, o PS tem de fazer como fez nas últimas eleições: falar aos portugueses, mobilizar os portugueses.”
Na sua intervenção inicial na reunião da Comissão Nacional do PS, o ainda líder dos socialistas elogiou por igual dois dos três candidatos à sua sucessão no cargo de secretário-geral do PS, cujas eleições diretas internas estão marcadas para os dias 15 e 16 de dezembro.
António Costa assinalou que, tanto Pedro Nuno Santos, como José Luís Carneiro, trabalharam consigo. Nesta referência, deixou de fora Daniel Adrião, que se candidatou contra si nas eleições diretas internas de 2016, 2018 e 2012. No entanto, o líder socialista não tomou parte de qualquer candidato.
Aos jornalistas, António Costa referiu que, “tendo tido o privilégio de, durante nove anos, ser secretário-geral do PS e com um apoio tão vasto, não me ficava bem, estar a intervir na escolha de quem me vai substituir.”
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