Produção de vinho este ano é a maior desde 2006
Produção de amêndoa atingiu o valor mais elevado de sempre e de azeitona deverá aumentar 20%. Já na de arroz espera-se um aumento de 10%. Peras e castanhas voltaram a registar quebras de produção.
Desde 2006 que Portugal não produzia tanto vinho. Todas as regiões do país registaram aumentos de produção, exceto em algumas sub-regiões dos vinhos verdes e da Beira Interior, e prevê-se que a produção atinja os 7,3 milhões de hectolitros, “uma das mais elevadas das últimas duas décadas”, avança esta segunda-feira ao Instituto Nacional de Estatística (INE). “Anteveem-se vinhos complexos e com equilíbrio entre o teor alcoólico, a acidez e os taninos”, sublinha o destaque sobre as previsões agrícolas em Portugal.
Este ano as vindimas prolongaram-se da primeira quinzena de agosto até à primeira de outubro e houve “alguns ataques de míldio e oídio, mais intensos na região dos vinhos verdes e em certas zonas do Centro, bem como ocorrências de podridão cinzenta no Norte e Centro (potenciada pela ocorrência de precipitação em setembro), e de traça da uva e cigarrinha verde nas regiões do Ribatejo e Alentejo, esta última de combate particularmente difícil após a retirada de algumas substâncias ativas do mercado”. Mas isso não impediu a produção recorde desde 2006.
Igualmente positiva foi a produção de amêndoa, que atingiu o valor mais elevado de sempre. Não só a produção beneficiou do tempo quente e seco, “que promoveu a secagem”, mas como entraram em produção muitos pomares novos, maioritariamente no Alentejo, espera que “a produção deverá ser a maior de sempre e aumentar 15% face a 2022”.
Também o kiwi superou o desempenho do ano passado, graças às chuvas que caíram em setembro. A colheita do kiwi comum teve início em novembro, com um atraso de cerca de uma semana em relação ao ano anterior, mas a chuva mitigou “eventuais situações de stress hídrico” e permitiu aumentar o calibre da fruta. O INE estima “um acréscimo na produção de 5%, face ao ano anterior” e precisa que “a colheita do kiwi arguta encontra-se concluída, tendo a produção também superado a colhida em 2022”.
Com boas perspetivas estão também a produção de azeitona, que deverá aumentar 20%, e de arroz (10%). “O calor verificado durante a floração e vingamento do fruto comprometeu alguma produção”, alerta o INE, mas isso não impediu um aumento de 20% de azeitona, face a 2022. “Nos olivais tradicionais esperam-se produtividades muito superiores às verificadas em 2022, mas nos olivais intensivos em plena produção perspetiva-se uma estabilização da produtividade”, segundo as previsões que frisam que “continuam a entrar em produção muitos olivais intensivos plantados recentemente”.
Quanto ao arroz, a colheita “decorreu a bom ritmo”, até à segunda quinzena de outubro. Mas a precipitação ocorrida o mês passado “provocou danos nos canteiros por colher, em fase final de maturação”, cerca de 10% da área. Ainda assim, “prevê-se um aumento da produção de arroz de 10%, em relação ao ano anterior, devido a aumentos de área e produtividade”.
Os destaques negativos são as peras e castanhas, que registaram novamente quebras de produção. “As condições meteorológicas adversas em momentos determinantes do ciclo produtivo da pera Rocha (inverno ameno, que condicionou a diferenciação floral, calor excessivo durante a floração e escaldões na fase final do ciclo) potenciaram a incidência de doenças e determinaram a diminuição do número e calibre dos frutos”, explica o INE. Mais de 50% da produção tinha um calibre inferior a 60 mm. Assim, pelo segundo ano consecutivo, a produção de pera registou um decréscimo (-10%, face a 2022), sendo a pior campanha desde 2012.
Já na castanha, as condições meteorológicas promoveram o desenvolvimento da septoriose. Por isso antecipa-se que, pelo segundo ano consecutivo, haja um decréscimo significativo da produção (-33%, face à média do último quinquénio).
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