Faltam 46 mil camas em residências privadas do Superior em Lisboa e Porto, calcula consultora
Número apontado pela JLL considera apenas o mercado de residências privadas, que soma hoje 9.200 camas. Número deverá subir para 17 mil em 2026, mas cobre apenas 20% dos estudantes deslocados.
Apesar de nos últimos anos se ter registado um aumento do número de camas disponíveis em residências privadas para os estudantes do Ensino Superior, em Lisboa e Porto ainda faltam 46 mil camas, calcula a consultora JLL. Mas este número, que tem em conta o universo total de alunos das instituições públicas e privadas, exclui as 15 mil camas previstas pelo Governo em residências públicas, para entrar no mercado até 2026.
Este número é o dobro do estimado pela mesma consultora em 2019, quando assinalou que faltavam no país, naquela data, entre 14 mil e 20 mil camas para estudantes do Ensino Superior e que era necessário investir 500 milhões de euros na construção de residências universitárias nos cinco anos seguintes.
Agora, a nova edição do estudo “Student Housing Portugal” da JLL, aponta que, em Portugal, existem hoje 9.200 camas em residências universitárias privadas, sendo este “um stock que evoluiu consideravelmente nos últimos três anos, quer em número quer em qualidade”. E tendo em conta as 7.800 camas contabilizadas nos projetos em pipeline, até 2026, o universo de camas em residências privadas deverá subir para 17 mil.
Ainda assim, mesmo com este reforço, o número de camas disponíveis “não equivale a mais do que 20% a 30% do número de alunos deslocados em Lisboa e Porto”, o significa que são ainda necessárias “cerca de mais 46 mil camas para suprir as necessidades da procura”.
O relatório da consultora refere ainda que o número de camas privadas em Lisboa “chega atualmente para cobrir apenas 17% da comunidade de estudantes deslocados, um rácio que expandirá para 18%” com a subida para 17 mil camas em 2026. No caso do Porto, “a taxa de cobertura do mercado é mais elevada, com o atual stock a dar resposta a 27% dos alunos com necessidades de alojamento, antecipando-se a melhoria deste rácio para 32% com o aumento da oferta prevista até 2026″. Desta forma, a JLL aponta que a escassez de oferta se traduz num total de 30 mil camas em Lisboa e de 16 mil no Porto.
Com um cenário desajustado entre a oferta e a procura, a consultora salienta que este é um mercado que tem vindo a despertar o interesse dos investidores. “O setor de residências universitárias em Portugal mudou muito nos últimos anos. Passámos de um mercado informal, com uma oferta dominada por instituições religiosas e serviços de ação social das universidades públicas, para um stock gerido por operadores profissionais”, diz, em comunicado, Joana Fonseca, head of strategic consultancy & research.
Em termos de preços cobrados aos estudantes, o estudo refere que os “valores têm evoluído à medida que o stock se tem qualificado com Lisboa a posicionar-se como a cidade mais cara com uma mensalidade média nas residências universitárias privadas na ordem dos 770 euros. Mais
200 que os 570 euros praticados no Porto. Mas tendo em conta as várias localizações em cada uma das cidades, os preços podem flutuar entre os 330 euros e os 1.440 euros no caso de Lisboa e entre os 330 euros e os 842 euros no Porto.
Entre os estudantes estrangeiros que procuram este alojamento, os brasileiros ocupam a primeira posição com uma ocupação média de sete meses.
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