Para seguradoras ramo Vida. Conselhos da Capgemini para se protegerem

A solução pode estar em mais parcerias, maior envolvimento com beneficiários, criação de novos produtos e aposta na população com mais poder de compra, diz relatório.

Aproxima-se a maior transferência de património intergeracional da história, levando as 40 maiores seguradoras do ramo Vida ter que lidar com a saída de 7,8 biliões de dólares de ativos para os beneficiários dos segurados até 2040. Além disso, a instabilidade económica assola a vida das comunidades, obrigando as empresas a inovar na sua oferta para conseguirem captar mais clientes, conclui o Relatório Mundial de Seguros de Vida, realizado pelo Reseach Institute da Capgemini.

As alterações demográficas, em conjunto com aquela que será a maior transferência de património da história no setor segurador, e que irá ocorrer nos próximos anos, ameaçam as seguradoras do ramo vida, que competem entre si para responder às necessidades de uma população cada vez mais envelhecida” afirma Samantha Chow, Global Leader for Life, Annuity and Benefits Sector da Capgemini.

Além de alertar para os desafios, o estudo abre caminho a possíveis alternativas que as seguradoras podem seguir.

Público-alvo: consumidores com poder de compra considerável

As seguradoras podem não ser capazes de repor os ativos que vão transferir para os beneficiários, dado o volume da transferência e a dificuldade em produzir produtos que satisfaçam os consumidores. O estudo recomenda as empresas a concentrem os seus esforços para a população com elevado poder de compra e também para os consumidores com compra considerável, pois 75% destes consumidores procuram produtos de vida inovadores.

De acordo com Samantha Chow, “para ajudarem os segurados a envelhecer bem, as seguradoras devem agora encontrar uma forma de satisfazer as necessidades em constante evolução dos consumidores, criando uma experiência personalizada e adequada, através da criação de produtos mais inovadores”, lê-se no comunicado.

Parcerias são essenciais para a criação de novos produtos

Ainda que haja procura, apenas 25% das seguradoras possuem recursos avançados o suficiente para desenvolver produtos inovadores capazes de dar resposta às necessidades dos clientes.

Por isso, a criação de redes de parceiros é essencial, pois poderão criar produtos e serviços inovadores de valor acrescentado. A mudança passa pelas seguradoras mudarem a sua abordagem de centrada no produto, para uma centrada no cliente e na sua integração. Apenas com a alternação da cadeia de valor para melhorar o processo da integração do clientes e impulsionar o envolvimento de segurados e beneficiários serão as seguradoras capazes de transformar os beneficiários em novos clientes e as transferência de ativos serem convertidas em receitas, relata o relatório.

“Aqueles que derem prioridade ao envolvimento precoce com os clientes e os seus beneficiários, poderão aumentar os níveis de confiança e os seus ativos,” afirma Samantha Chow.

Dados, dados e dados

De acordo com o relatório, um bom começo para centrar a abordagem das empresas nos clientes passa pela agregação de dados dos clientes, para ter uma visão única do mesmo que, aliada à capacitação dos agentes na digitalização e uso de inteligência artificial, incluído a inteligência artificial generativa, permitirá um aconselhamento personalizado.

No entanto, apenas 21% das seguradoras são capazes de colocar em prática as mudanças vistas como essenciais. E apenas 19% estão a aproveitar os avanços tecnológicos para simplificar e aumentar a eficácia das operações.

O relatório enumera as vantagens que a modernização tecnológica das seguradoras pode nomeadamente, “impulsionar o envolvimento dos segurados e dos beneficiários aprofundando o relacionamento”, “simplificar e personalizar a jornada do onboarding”; “melhorar a experiência da transmissão, tornando-a mais transparente e facilitando a reestruturação dos processos”; e “ter uma visão única do cliente”. As seguradoras que tiverem sucesso em inovar serão aquelas capazes de “fortalecer a confiança entre gerações, promover o crescimento futuro e salvaguardar o enorme volume de ativos em risco de serem transferidos num futuro próximo”, escreve Capgemini.

Importa realçar que o relatório usa dados recolhidos do Global Insurance Voice of the Customer Survey 2023 e o Global Insurance Executive Interviews 2023, que agrega informações de 23 países, incluindo Portugal.

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