BRANDS' ECO “Acho que a IA vai chegar ao tecido empresarial completo”

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  • 28 Novembro 2023

Daniela Simões, co-founder e CEO da Miio, é a terceira convidada do podcast Vale da Inquietação.

Daniela Simões, co-founder e CEO da Miio, é a convidada do terceiro episódio do podcast Vale da Inquietação, que teve como mote “A Inteligência Artificial e as empresas”. Nesta conversa, moderada por Pedro Duarte, vice-presidente da CIP, foi abordado o impacto que a Inteligência Artificial terá no sucesso das empresas, bem como as várias facilidades que a sua utilização traz para o mercado de trabalho.

A evolução das empresas depende do uso das ferramentas digitais disponíveis? E as que não as adotarem, vão mesmo colapsar? Será que o uso de Inteligência Artificial põe em causa os postos de trabalho ou será, antes, uma ajuda? Estas e outras questões foram respondidas por Daniela Simões, que, ainda na universidade, começou a Miio, uma aplicação que, entre outras funcionalidades, auxilia os condutores de veículos elétricos a saberem onde encontrar postos de carregamento.

“Tive contacto com a Inteligência Artificial ainda numa fase muito inicial. Em 2019, enquanto estava a fazer a minha dissertação, comecei a Miio, a minha empresa, juntamente com um colega, o Rafael Ferreira, que, mais tarde, veio a fundar a Miio comigo, e que hoje em dia é o nosso CTO. Foi uma jornada mais difícil do que se previa, mas, com a ajuda do Rafael, construímos soluções para conseguirmos prever o preço de uma sessão de carregamento porque, na altura, só sabíamos no final do mês“, começou por explicar.

Atualmente, a Miio tem mais de 70% de quota de mercado de utilizadores em Portugal e internacionalizou-se para Espanha e França. “Neste momento, estamos a expandir os nossos serviços e os nossos produtos e a inserir também alguma Inteligência Artificial na nossa empresa“, referiu Daniela Simões, que alertou para a necessidade de olhar para estas ferramentas como aliadas e não como uma ameaça.

“Temos duas oportunidades aqui: a oportunidade de olhar para esta mudança como algo extremamente positivo e que nos vai permitir evoluir ainda mais, ou olharmos como algo negativo e que nos está a tirar algum trabalho operacional. Sempre que estivermos a fazer um trabalho operacional, repetitivo e chato, se isso puder ser feito por algum tipo de algoritmo, por uma IA ou por uma máquina, tanto melhor, porque assim essa pessoa deixa de fazer um trabalho operacional e passa a fazer um trabalho mais estratégico“, esclareceu.

No entanto, apesar de cada vez mais se propagar a ideia de que a Inteligência Artificial pode ser uma aliada, a verdade é que as pessoas precisam de a experimentar para comprovarem isso. Mas como se convence alguém a usar IA quando a olham como uma ameaça? A CEO da Miio considera que a solução passa por, “numa primeira fase, ações de sensibilização e de formação, ou seja, ter um diálogo sobre o que é que isto é, para que serve e como é que pode ajudar e, ainda, dar a segurança ao colaborador de que ele não vai ser substituído“.

Acho que a IA vai chegar ao tecido empresarial completo mais tarde ou mais cedo. A partir do momento em que nós passamos esta fase mais resistente e queremos entender como funciona a ferramenta e nos disponibilizamos a aprender a utilizá-la, vamos perceber que os nossos processos internos podem simplificar 100%“, acrescentou.

No caso de empresas que não são tecnológicas, Daniela Simões afirmou mesmo que “pode fazer sentido mudarem ligeiramente o seu processo de recrutamento para inserirem alguém que traga esta nova vertente de conforto com a tecnologia, com a IA, com o uso destas ferramentas ou com a programação das mesmas. Em termos de software, isto permite acelerar imensos processos e, por vezes, fazê-lo internamente sai mais económico do que usar uma ferramenta que exista previamente no mercado”.

“Creio que, neste momento, as empresas menos tecnológicas começam a aperceber-se de que isto é uma realidade, que a concorrência existe e que, mais tarde ou mais cedo, vai existir uma discrepância entre elas e as empresas que inserem software, incluindo Inteligência Artificial, para acelerar os seus processos e otimizar a sua produtividade. As que não o fizerem, eventualmente, acredito que fiquem para trás ou que sirvam um nicho de mercado muito específico“, concluiu.

Os dilemas éticos, as oportunidades de transformação e as implicações sociais da revolução tecnológica, mais concretamente da Inteligência Artificial, serão os temas abordados ao longo da primeira temporada do podcast “Vale da Inquietação”, uma iniciativa da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e da Microsoft.

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