Sonae lança OPA sobre retalhista nórdica com 340 lojas e vendas de 426 milhões

Oferta do grupo liderado por Cláudia Azevedo avalia a Musti em 868 milhões de euros. Empresa cotada em Helsínquia é especializada em produtos para animais de estimação na Finlândia, Suécia e Noruega.

A Sonae anunciou o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o Musti Group, líder no retalho de produtos e prestação de serviços para animais de estimação nos mercados da Finlândia, Suécia e Noruega, visando o grupo comandado por Cláudia Azevedo “reforçar a internacionalização e a diversificação do portefólio”.

Segundo a informação enviada esta quarta-feira à CMVM, a operação é realizada em conjunto com dois administradores e o CEO da Musti, avaliando o grupo nórdico em 868 milhões de euros. Visa a totalidade das ações “com o objetivo de adquirir o controlo da empresa” que faturou 426 milhões de euros no último ano fiscal, com o EBITDA a atingir 74 milhões.

A Sonae já detinha uma posição minoritária, adquirida nos últimos meses, nesta empresa cotada na bolsa de valores de Helsínquia, com uma capitalização bolsista de cerca de 683 milhões de euros. Na mesma nota, o grupo sediado na Maia destaca a “sólida proposta de valor omnicanal” da Musti, que tem uma rede de mais de 340 lojas, complementada por operações de comércio eletrónico especializadas em produtos de cuidado e alimentação para animais de estimação.

Consórcio oferece 26 euros por ação, prémio de 27,1%

A oferta do consórcio está a ser realizada através da Flybird Holding Oy, uma empresa constituída na Finlândia. A empresa portuguesa lidera através da sua subsidiária Sonae Holdings SGPS, em parceria com Jeffrey David, presidente do conselho de administração da Musti, Johan Dettel, membro do conselho de administração, e o CEO David Rönnberg. Gestores com “uma longa experiência e histórico comprovado de sucesso no setor do retalho de produtos para animais de estimação”, assinala o conglomerado português.

O preço da oferta é de 26 euros por ação, a liquidar em dinheiro, o que representa um prémio de 27,1% em comparação com o preço de fecho (20,46 euros) da ação da Musti na Nasdaq Helsínquia na última sessão; e de 40,4% face ao preço médio de negociação ponderado pelo volume nos últimos seis meses (18,51 euros).

A oferta valoriza o capital próprio total da Musti em cerca de 868 milhões de euros (excluindo 147.566 ações próprias detidas pela Musti), com a Sonae a detalhar no comunicado à CMVM que o conselho de administração da empresa, “representado por um quórum composto pelos membros do Conselho de Administração que não integram o consórcio, decidiu por unanimidade a recomendação aos acionistas da Musti da aceitação da oferta e venda das suas ações”.

O consórcio espera publicar o prospeto e os termos e condições a 15 de dezembro, estimando que o período da oferta se inicie três dias depois e expire a 12 de fevereiro de 2024 – “a menos que seja prorrogado pela oferente com vista a satisfazer as condições necessárias para a conclusão” do negócio. Que está dependente da aprovação por parte das autoridades regulatórias e da concorrência, assim como da obtenção do controlo de mais de 90% das ações e dos direitos de voto na Musti.

Segmento em “rápido crescimento” e 1,5 milhões de clientes “fidelizados”

Notando que o retalho de produtos para animais de estimação é um segmento em rápido crescimento, “beneficiando das fortes tendências de adoção e cuidados premium, do aumento dos gastos por animal e da resiliência inerente ao padrão de consumo não discricionário da sua alimentação”, o consórcio sublinha que pretende “iniciar a próxima fase de desenvolvimento” da empresa, reforçando a proposta de valor e dando “resposta às necessidades de um número crescente de tutores de animais de estimação”.

“Para tal, o consórcio beneficiará da combinação da experiência da Sonae em retalho omnicanal, bem como dos seus recursos e alcance geográfico, que permitiram o desenvolvimento bem-sucedido de insígnias de retalho líderes em diferentes mercados; e da experiência e conhecimento dos parceiros do consórcio no negócio de retalho de produtos para animais de estimação, juntamente com a forte equipa de gestão da Musti, assegurando a continuidade dos seus valores e cultura”.

Além disso, a dona do Continente e da Worten, que viu os lucros caírem 36% até setembro, para 135 milhões, destaca no mesmo comunicado a “proposta de valor única da Musti, suportada nas suas marcas próprias e exclusivas e nos serviços complementares, aliada a um amplo conhecimento do consumidor alavancado no seu programa de fidelização exclusivo com mais de 1,5 milhões de clientes ativos e recorrentes”.

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