OPEP+ corta até 2,2 milhões de barris de petróleo por dia em 2024

Espera-se um aumento do preço do crude com impactos no valor dos combustíveis. Angola rejeitou a decisão vai manter a produção. E o Brasil foi convidado a integrar o cartel como membro associado.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) chegou a acordo, esta quinta-feira, para cortar a produção de petróleo até 2,2 milhões de barris por dia no primeiro trimestre de 2024. A decisão surge depois de a Arábia Saudita ter revogado o seu atual corte voluntário, disseram fontes à agência de notícias Reuters.

A medida deverá agravar o preço do petróleo com impactos nos valores dos combustíveis.

Em concreto, e segundo comunicado dos vários países-membros do cartel e a informação oficial da OPEP+, a Arábia Saudita decidiu estender o corte de um milhão de barris por dia de petróleo. A Rússia vai reduzir as exportações de crude em 300 mil barris por dia e as de combustível em 200 mil barris diários.

O Iraque vai produzir menos 211 mil barris e os Emirados Árabes Unidos menos 163 mil. O Koweit fará um corte adicional de 135 mil barris, o Cazaquistão vai retirar do mercado 82 mil barris por dia e a Argélia 51 mil barris diários. Já o Omã vai diminuir a produção de petróleo em 45 mil barris por dia.

Estes cortes visam “apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados petrolíferos”, de acordo com a informação veiculada esta quinta-feira pelo cartel. A OPEP+ esclarece ainda que as reduções aprovadas foram “calculadas a partir do nível de produção exigido para 2024, de acordo com a 35.ª reunião ministerial da OPEP, realizada a 4 de junho de 2023, e complementam os cortes voluntários previamente anunciados em abril de 2023 e posteriormente prorrogados até ao final de 2024”.

“Posteriormente, e para apoiar a estabilidade do mercado, estes cortes voluntários serão devolvidos gradualmente, de acordo com as condições de mercado”, salvaguarda a OPEP+.

Já Angola rejeitou acatar a recomendação da OPEP+ e vai manter a produção de 1,18 milhões de barris por dia. O cartel tinha pedido ao país africano para produzir apenas 1,11 milhões.

Nesta reunião, a OPEP+ apresentou um convite formal para que o Brasil faça parte do bloco, na condição de membro associado, a partir de janeiro do próximo ano, de acordo com o comunicado da organização divulgado esta quinta-feira, no final da reunião virtual.

A Arábia Saudita, a Rússia e outros membros da OPEP+, que produzem mais de 40% do petróleo mundial, estiveram reunidos virtualmente esta quinta-feira para discutir a produção de petróleo para 2024, face ao risco de um potencial excedente de crude no mercado, o que iria fazer baixar os preços significativamente.

A Arábia Saudita, o maior produtor mundial de petróleo, é a favor dos novos cortes, enquanto os Emirados Árabes são menos favoráveis à redução da produção de petróleo, assim como Nigéria e Angola, que são os maiores produtores africanos de petróleo.

(Notícia atualizada às 18h27 com mais informação)

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