Ascendi entra em Espanha ao comprar empresa de manutenção de estradas com receitas de 105 milhões

Poucas semanas após ganhar o primeiro concurso em Espanha, a concessionária portuguesa detida pelo fundo francês Ardian fecha acordo com os acionistas da Elsamex para ficar com posição maioritária.

A Ascendi, que detém em Portugal participações maioritárias em seis concessões rodoviárias, numa rede de 627 quilómetros, adquiriu uma posição de controlo na empresa espanhola de manutenção e conservação de estradas Elsamex Gestión de Infraestructuras (EGI), que em 2022 obteve receitas de 104,88 milhões de euros e lucrou quase 247 mil euros.

A operação de concentração já foi notificada à Autoridade da Concorrência pela concessionária de autoestradas portuguesa. Deste lado da fronteira, a EGI atua através da subsidiária Intevial Gestão Integral Rodoviária, “principalmente na prestação de serviços de conservação, manutenção e construção de infraestruturas rodoviárias exploradas pela Infraestruturas de Portugal”.

A aquisição é concretizada através da Ascendi IGI – Inovação e Gestão de Infraestruturas. O fundo francês Ardian — em 2016 pagou 600 milhões de euros para ficar com a holding que era detida pela Mota-Engil em parceria com o Novobanco — comprou agora esta posição maioritária na Elsamex a três gestores, liderados pelo CEO Fernando Martos, que tinham assumido os comandos em outubro de 2020, três meses após ser decretada a insolvência.

A empresa espanhola era até então controlada pelo grupo indiano IL&FS, que em 2008 a comprara à família fundadora Sánchez Marcos. Com o apoio dos credores (banca, fornecedores e trabalhadores), por via de um MBO (Management Buy Out), os três executivos ficaram com o grosso do negócio: a unidade produtiva que aglutina os negócios em Espanha, Portugal e México. Respetivamente, pesavam 178 milhões, 60 milhões e 11 milhões na carteira de encomendas no final do último exercício.

Liderada por Luís Silva Santos, a Ascendi concretiza com esta compra a aposta em Espanha, onde em setembro garantiu um dos 11 lotes colocados a concurso pela comunidade autónoma de Aragão. Liderou um consórcio com a Copha e a Sumelzo (grupo MLN) que foi o único a apresentar proposta para um contrato que abrange a beneficiação de vários troços, com uma extensão total superior a 149 quilómetros e posterior exploração por um prazo de 25 anos.

Antes de Espanha, em outubro de 2021, a empresa portuguesa já tinha entrado em França ao ganhar a concessão de uma nova autoestrada de 54 quilómetros entre Toulouse e Castres (A69), que deve entrar em operação no segundo semestre de 2025. No âmbito desse consórcio, encabeçado pela construtora NGE, a Ascendi ficou responsável pela implementação e operação de um dos primeiros sistemas de cobrança de portagens exclusivamente eletrónico em França.

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