BRANDS' ECO “A Inteligência Artificial vai ser a revolução da saúde”
Carolina Amorim, co-founder e CEO da EMOTAI, é a quarta convidada do podcast Vale da Inquietação.
Carolina Amorim, co-founder e CEO da EMOTAI, é a convidada do quarto episódio do podcast Vale da Inquietação, que teve como mote “A Inteligência Artificial e o bem-estar”. Nesta conversa, moderada por Pedro Duarte, vice-presidente da CIP, foi debatida a forma como a IA pode melhorar a qualidade de vida, a saúde e a felicidade das pessoas, bem como os benefícios e os custos sociais que traz para os indivíduos e as comunidades.
De acordo com a CEO da EMOTAI, a pandemia veio acelerar o processo de digitalização de dados e o consequente uso da Inteligência Artificial na área da saúde. Exemplo disso foi o projeto desenvolvido pela EMOTAI, que consiste numa banda, que se coloca na cabeça, e grava ondas cerebrais, ritmo cardíaco e movimentos do corpo. “Nós aplicamos Inteligência Artificial e fusão de dados, de forma a conseguirmos compreender como a pessoa se está a sentir e, com base nesta informação, nós recomendamos qual é o melhor programa para que aquela pessoa consiga melhorar“, explicou.
Estes programas podem conter exercícios de respiração, concentração, meditação, dependendo do que a pessoa avaliada precisa naquele momento. No entanto, à medida que a banda vai recolhendo, continuamente, mais dados sobre a pessoa que está a avaliar, os programas vão-se tornando cada vez mais específicos, mais personalizados, com vários níveis de dificuldade, de forma a promover melhorias num curto espaço de tempo.
É precisamente por esta personalização que a IA consegue fazer que Carolina Amorim defende que esta é uma ferramenta que pode ser muito útil na melhoria das condições de vida de cada indivíduo: “O maior impacto da IA na saúde vai ser sempre através da personalização, ou seja, em deixar de ter um diagnóstico ou um tratamento que é feito com base no que resulta com a generalidade. Quanto mais nos focarmos em personalizar cada solução a cada pessoa, melhor vai ser o impacto do diagnóstico e do tratamento“.
“Eu acho que é mais importante nós nos focarmos em ter uma grande base de dados que não seja sempre focada no mesmo tipo de pessoa, o que tipicamente é algo muito caro, mas devia ser algo em que as empresas deviam investir. E também devíamos introduzir métodos de explain ability, ou seja, explicarmos porque é que o modelo de IA tomou aquela decisão. A IA está a desenvolver-se tão rápido que agora o desafio é perceber como é que nós, enquanto humanos, conseguimos acompanhar o desenvolvimento disto para não ficarmos para trás“, continuou.
Por outro lado, Carolina Amorim também explicou que esta pressão pode piorar o estado de saúde das pessoas: “A IA veio para baixar a carga de trabalho das pessoas e ajudar em certas tarefas que são mais repetitivas, mas o problema é que cada vez estamos a exigir mais das pessoas. Numa lógica de “se isto é feito pela IA, então tu tens de trabalhar mais na outra parte, ser mais rápido e produzir cada vez mais” e isso nunca vai melhorar o burnout ou outros problemas associados às pessoas trabalharem demasiado”.
A solução, de acordo com a CEO da EMOTAI, passa por usar a IA como um aliado para exigir menos das pessoas e não o contrário. Nesse sentido, deu ainda o exemplo da semana de quatro dias de trabalho que, com a ajuda da IA, poderia resultar muito bem. “A semana de quatro dias, se for bem feita, vai ter bastante sucesso porque a verdade é que a quantidade de horas produtivas que nós temos durante a semana equivale aos quatro dias. Nós só conseguimos ficar concentrados uma média de 30 a 50 minutos numa tarefa que gostamos. Se for uma que não gostamos, só conseguimos 10 minutos. E, se não fizermos pausa, então cai para 0″, revelou.
Ainda na lógica de olhar para a Inteligência Artificial como um meio para aumentar o bem-estar social, Carolina Amorim reforçou os benefícios que esta ferramenta traz ao conseguir fazer uma maior prevenção da doença e um melhor diagnóstico: “Isto tem impactos económicos enormes porque haverá menos pessoas internadas, menos medicação, pessoas mais felizes e mais saudáveis e será igual para qualquer grupo económico, uma vez que vai ser muito mais fácil fornecer estas soluções a toda a gente. A Inteligência Artificial vai ser a revolução da saúde”.
Os dilemas éticos, as oportunidades de transformação e as implicações sociais da revolução tecnológica, mais concretamente da Inteligência Artificial, serão os temas abordados ao longo da primeira temporada do podcast “Vale da Inquietação”, uma iniciativa da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e da Microsoft.
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