Banco de Inglaterra volta a manter a taxa de juro nos 5,25%

A taxa de juro no Reino Unido mantém-se no nível mais elevado dos últimos 15 anos, mas com os investidores a anteciparem vários cortes em 2024.

O Banco de Inglaterra manteve inalterada a taxa de juro nos 5,25% após 14 subidas consecutivas, como era esperado pelo mercado, depois desta quarta-feira a Reserva Federal norte-americana (Fed) ter também tomado a decisão de manter as Fed Funds inalteradas.

Com esta decisão, Andrew Bailey, governador do banco central do Reino Unido, mantém a taxa de juro no nível mais elevado dos últimos 15 anos, não trazendo qualquer surpresa para o mercado que antecipava já esta decisão.

O foco dos investidores está já em 2024, com as taxas swaps a apontarem esta quinta-feira para cortes de 113 pontos base no próximo ano por parte do Banco de Inglaterra, apesar de recentemente Andrew Bailey ter colocado de parte um cenário de cortes de taxas e no decorrer da conferência de imprensa após a publicação da decisão ter alertado que “estamos mais cautelosos que os mercados.”

Em comunicado, o Banco de Inglaterra revela que esta decisão foi tomada por maioria por parte dos membros do Comité de Política Monetária, com seis elementos a defenderem a manutenção da taxa de juro e três a apontarem para uma subida de 25 pontos base para 5,5%.

Além disso, o Banco de Inglaterra reforçou a ideia de que as taxas de juro deverão manter-se elevadas por algum tempo. “Tal como ilustrado pelas projeções do Relatório de Política Monetária de novembro, o Comité continua a considerar que é provável que a política monetária tenha de ser restritiva durante um período de tempo prolongado.”

Com a inflação no Reino Unido a registar um abrandamento significativo nos últimos meses, passando de uma taxa homóloga de 6,7% em setembro para 4,6% em outubro, a instituição liderada por Andrew Bailey afasta um cenário de novos aumentos. “Seria necessária uma maior restritividade da política monetária se houvesse provas de pressões inflacionistas mais persistentes”, lê-se no comunicado do banco central.

Apesar destes sinais, o governador do Banco de Inglaterra sublinhou que “ainda há algum caminho a percorrer em matéria de inflação”, referindo que “tomaremos as decisões necessárias para o índice de preços no consumidor regresse aos 2%”, e deixou ainda um desejo: “Espero que estejamos no topo do ciclo das taxas de juro”.

O comunicado do Banco de Inglaterra revela ainda que na reunião desta quinta-feira não houve qualquer discussão sobre a possibilidade de haver um corte das taxas de juro e mostra uma preocupação por parte do banco central no facto de a inflação no Reino Unido continuar a ser mais rígida do que nos EUA e na Zona Euro.

Texto atualizado às 13h05 com declarações de Andrew Bailey.

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