Daniel Adrião considera que a sua candidatura à liderança do PS ficou aquém do que esperava
"Não houve oportunidade de fazer um debate mais alargado, um debate sobre as políticas do PS para o país e um debate sobre também o modelo de organização e de funcionamento interno do PS", lamentou.
O candidato à liderança do PS Daniel Adrião considerou este sábado que a sua candidatura ficou aquém do que esperava e que não teve um bom resultado nas eleições diretas realizadas entre sexta-feira e hoje.
Daniel Adrião, que é membro da Comissão Política do PS, candidatou-se pela quarta vez consecutiva ao cargo de secretário-geral deste partido, tendo tido como adversários internos nestas eleições Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro.
Questionado pela comunicação social, junto à sede nacional do PS, em Lisboa, sobre a possibilidade de vir a ter menos de 1% dos votos e de não eleger nenhum delegado ao Congresso de janeiro, Daniel Adrião respondeu: “Claro que obviamente que este não é um bom resultado”.
“Eu acho que, de facto, fiquei aquém daquilo que desejava. Mas eu desde logo quando lancei a minha candidatura disse que o meu grande objetivo não era conquistar o maior número de votos, era precisamente congregar o maior número de vontades em nome de um projeto transformacional para o país“, acrescentou.
Segundo o dirigente socialista, “estas eleições aconteceram num ambiente muito especial, muito particular”, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, com eleições legislativas antecipadas anunciadas para 10 de março, o que “condicionou o processo interno, porque o afunilou na questão da escolha do candidato a primeiro-ministro”.
“Portanto, não houve oportunidade no fundo de fazer um debate mais alargado, um debate sobre as políticas do PS para o país e um debate sobre também o modelo de organização e de funcionamento interno do PS“, lamentou.
Ainda assim, Daniel Adrião manifestou-se convicto de que algumas ideias pelas quais se bateu nestas eleições “vão ficar para além desta disputa interna e vão fazer o seu caminho para além deste Congresso”.
“Eu bati-me sobretudo por ideias. Bati-me pela possibilidade de os militantes do PS poderem escolher os seus candidatos a deputados, bati-me pela possibilidade de os cidadãos poderem eleger diretamente os seus deputados. Essas são questões fundamentais e que, aliás, estão já a ser apropriadas pelo partido e designadamente pelos outros dois candidatos”, referiu.
O PS tem aproximadamente 80 mil filiados, dos quais cerca de 60 mil tinham direito a votar nestas eleições diretas.
Além do novo líder do partido, os militantes socialistas votaram para eleger 1.400 delegados ao Congresso Nacional do PS, que se reunirá entre 05 e 07 de janeiro, na Feira Internacional de Lisboa — aos quais aos se juntam 1.100 delegados por inerência.
Sábado houve eleições nas federações do Algarve, do Baixo Alentejo, de Braga, Coimbra, Porto, Santarém, Viseu, dos Açores e da Madeira.
O PS comunicou que os primeiros resultados eleitorais seriam divulgados pelas 23:30, na sede nacional, pelo presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC), Pedro do Carmo.
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