Reditus já reestruturou “parte substancial” da dívida com perdão de 82,5%

Uma parte substancial da dívida da empresa já foi reestruturada, com acordos de pagamento até ao máximo de 7 anos.

O grupo Reditus já fechou a reestruturação de “uma parte substancial” da sua dívida, tendo estabelecido acordos de pagamento até ao máximo de sete anos, com um perdão mínimo de 82,5%, veio esclarecer a empresa esta sexta-feira, na sequência da notícia divulgada esta semana pelo ECO, onde dava conta que o Novo Banco colocou quatro ações de execução de dívidas no valor de 11 milhões de dívidas.

“Como já foi comunicado oportunamente, constando de Relatórios e Contas da Reditus SGPS, SA, encontra-se em curso uma reestruturação do passivo bancário global do Grupo, conducente à concretização de uma solução estruturante para a dívida bancária, recorrendo ao estabelecido nas plataformas legais a que a empresa tem acesso”, adianta a empresa em comunicado enviado à CMVM.

De acordo com o mesmo documento, “parte substancial dessa dívida, encontra-se já reestruturada ao abrigo de mecanismos PER, concretamente estabelecendo acordos de pagamento até ao máximo de 7 anos com redução significativa da dívida na base de um “haircut” mínimo de 82,5%, já homologados por Juiz competente”.

De acordo com a notícia avançada esta semana pelo ECO, são várias as empresas do grupo que são visadas pelo banco liderado por Mark Bourke: a Reditus SGPS SA (holding de topo do grupo) e as empresas associadas Reditus Gestão SA, a All2it Infocomunicações e a Partblack, esta última adquirida em 2010 por 7,5 milhões de euros.

De acordo com a Reditus, o seu passivo corrente, no final de 2021, era constituído maioritariamente pelas rubricas de financiamentos bancários (34,5 milhões), Estado (37,2 milhões), que representam em conjunto cerca de 77% desse passivo.

O Grupo continua empenhado em finalizar o processo de reestruturação nos próximos meses, procurando, para a dívida remanescente, acordos em linha com o possibilitado pelos mecanismos legais disponíveis”, esclarece ainda a empresa.

Quanto ao repatriamento de divisas de Angola, a empresa reitera que trabalha no país há várias décadas, “com uma carteira de clientes importante, quer no setor privado, quer no setor público”, dando conta que “os pagamentos de contratos com o setor público recomeçaram a ser pagos em 2021 e têm vindo a ser pagos regularmente ao longo de 2022 e também agora em 2023”.

“Os recebimentos relativos ao contrato mais importante têm vindo a ser executados, dentro dos prazos previstos, e recebidos em Portugal em euros, ao abrigo da linha de crédito protocolada entre os governos de Portugal e Angola”, remata.

Empresa defende-se de atrasos nas contas

Sem apresentar as contas de 2022 e do primeiro semestre de 2023, a Reditus justifica esta situação insólita, que colocou a empresa no compartimento de penalização da Euronext, com “necessidade de ter divulgado ao mercado informação financeira complementar, de forma retrospetiva e com reexpressão dos comparativos de 2020 e 2019, por referência aos documentos de prestação de contas relativos a 30 de junho de 2021”, apenas tendo divulgado os resultados de 2021 em maio deste ano.

Aquele esforço adicional provocou também um atraso no processo, ainda que longo e muito consumidor de recursos, que agora tem corrido com normalidade e a Reditus SGPS, SA planeia apresentar as contas do exercício de 2022 já em janeiro de 2024, conforme comunicado divulgado no dia 12 de dezembro do corrente”, acrescenta.

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