Villas-Boas critica “gestão sem rumo” no FC Porto e promete cortar para metade salários da administração

O candidato à liderança dos Dragões lembra que o clube acumula um passivo de 500 milhões de euros e uma dívida de 310 milhões e defende a criação de um portal da transparência.

O antigo treinador do FC do Porto e candidato à liderança dos Dragões, André Villas-Boas, criticou a “gestão sem rumo” do clube e prometeu cortar em 50% a remuneração fixa dos administradores, anunciou esta quarta-feira no discurso de apresentação da candidatura à presidência do clube, na cidade Invicta.

O FC Porto “vive agarrado por gratidão a uma gestão sem rumo e sem nexo”, afirmou Villas-Boas. E lembrou a má situação financeira do clube: “Nos últimos 10 anos, o FC Porto conseguiu encaixar mais de 700 milhões de euros em vendas e, em 2015, fez o maior contrato de transmissões televisivas. Qual é a realidade atual? Um passivo de 500 milhões e uma dívida de 310 milhões. A nossa capacidade competitiva ameaçada, as contas em total descontrolo. Nos últimos 20 anos, o FC do Porto gerou mais de 2,9 mil milhões de euros em receitas, e hoje temos um clube incapaz de acautelar a sua responsabilidade”.

“São inúmeros os jogadores a sair a custo zero, são inúmeras as contratações falhadas por falta de rigor, análise e planeamento ou será que servem interesses de outros alheios ao FC Porto?”, atirou Villas-Boas. Por isso, “está na hora de mudar”, defendeu.

“Nos últimos 10 anos, o FC Porto conseguiu encaixar mais de 700 milhões de euros em vendas e, em 2015, fez o maior contrato de transmissões televisivas. Qual é a realidade atual? Um passivo de 500 milhões e uma dívida de 310 milhões. A nossa capacidade competitiva ameaçada, as contas em total descontrolo.”

André Villas-Boas

O candidato à presidência do FC do Porto apresentou já algumas medidas, caso seja eleito: “Quanto à remuneração fixa da administração, cortaremos em mais de 50% os encargos atuais e no que respeito à remuneração variável será aplicado um teto de 60% da remuneração fixa”.

Para além disso, será criado um portal da transparência, “assente num modelo de gestão aberto a todos os sócios”, prometeu. “Não temos medo nem vergonha em dizer com quem trabalhamos. Todos os custos associados em intermediações com compra ou venda de jogadores ou negócios estruturantes do FC do Porto serão declarados no portal da transparência”, detalhou.

“É essencial implementar medidas de gestão que permitam restaurar o equilíbrio do clube. Para isso, precisamos de uma análise que permita compreender o descalabro da situação financeira para implementar uma disciplina financeira e orçamental e um modelo operacional mais rigoroso”, defendeu Villas-Boas.

Uma das preocupações do candidato à liderança dos azuis e brancos passa pelo centro de treino de alto rendimento do Olival, nem Vila Nova de Gaia. “Uma academia que foi promessa eleitoral em 2016, hoje, oito anos depois, continua a ser uma promessa eleitoral”, criticou.

Villas-Boas afirmou que, nas próximas semanas, irá dar “a conhecer o plano de arquitetura para esta obra bem como o plano em 3D”. “E discutiremos, em sede de campanha, o custo e as possibilidades de financiamento”, acrescentou.

Contudo, lembrou, que, “infelizmente, está refém da atual direção que, a três meses das eleições quer tomar decisões estruturantes, e a academia do FC do Porto é uma decisão estruturante”. “Temos a obrigação de respeitar os contratos que vierem a ser assinados, mas estamos a olhar com grande apreensão para o que se está a passar com a academia de Gaia”, alertou o antigo treinador dos Dragões.

(Notícia atualizada às 22h05)

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