Javier Tebas: “O formato da Superliga tem poucas possibilidades de ser aceite pelos clubes: em outras palavras, nenhuma”

  • Servimedia
  • 23 Janeiro 2024

Javier Tebas, presidente da LaLiga, enfatizou o seu discurso contra a ameaça representada pela Superliga ao ecossistema do futebol europeu.

Numa entrevista ao jornal britânico ‘The Guardian’, Tebas refere-se ao novo formato apresentado pela A22, empresa liderada por Bernd Reichart, promotora da competição alternativa, como uma versão “muito pior” do que a apresentada em 2019 por Agnelli, ex-presidente da Juventus quando era presidente da ECA: “Não contará com o apoio dos clubes e, na minha opinião, será muito difícil aprová-la. O sistema atual, com todos os seus defeitos, é muito melhor e mais eficiente do que o proposto pela Superliga”.

No mesmo sentido, o dirigente afirma na entrevista que o objetivo de pessoas como Florentino Pérez é “que os grandes clubes, os mais ricos e com maior património, possam dirigir o futebol na Europa, e que o resto sejam simples vassalos, que se contentem com o que lhes derem”.

Além disso, o presidente da liga destaca que as pessoas do futebol “quando vamos tomar um café depois, a maioria concorda comigo.” E não apenas nesse aspeto. No campo das finanças, Tebas orgulha-se de que a política de controlo económico implementada na LaLiga “funciona” e destaca o que está a acontecer na Premier League com casos de sanções a clubes por sua má gestão financeira: “O que está a acontecer na Inglaterra é o que temos dito na LaLiga há muitos anos. A Premier League estava a funcionar com prejuízos económicos e era insustentável. Por isso agora surgem todos esses procedimentos sancionatórios”.

Da mesma forma, na entrevista ele questiona se “é hora do futebol inglês aprender a lição da Espanha” e usa o exemplo do Leicester City, já que essa equipa “teria permanecido no topo se o Everton tivesse sido penalizado em 10 pontos na temporada passada. Por isso é necessário fazer esses controles em tempo real, pois assim evitamos essas injustiças. Temos que vencer dentro de campo com regras desportivas e económicas”.

Além disso, Tebas menciona durante a entrevista o que está a acontecer em Inglaterra, o papel dos clubes-estado e sua influência na economia do futebol mundial, tema sobre o qual ele desenvolve sua opinião contrária em relação à política económica: “Se olharmos para o que temos dessa temporada, os clubes da Premier League gastaram €38 milhões no mercado de transferências. No ano passado, nessa mesma época, foram gastos €800 milhões, e os clubes apoiados pelo Estado foram uma parte importante dessas operações. Não acredito que isso vá se repetir desta vez. Isso mostra um certo esfriamento nas operações dos clubes apoiados pelo Estado, o que causou um efeito dominó”.

Tebas conclui afirmando que o futuro do futebol europeu não será “tão sombrio”, porém defende manter “uma postura ativa e uma linha correta, exatamente o oposto do que mostra a estratégia da Superliga. Mas se ficarmos de braços cruzados, obviamente teremos problemas reais”.

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